
Especialista advoga a importância de combater o ritmo agitado
Foto: Artur Machado
Mais focados no exemplo do que nas palavras, as crianças tendem a replicar o que veem fazer. Se a vida em família é feita na correria, dificilmente os mais novos encontrarão outros caminhos mais calmos. A psicóloga clínica Helena Paixão deixa cinco recomendações educativas para ajudar os filhos a terem um ritmo menos agitado e, com isso, mais presente e consciente.
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Mais do que as palavras, os atos. Educar os menores com eficácia passa sobretudo pelo exemplo. "Se nos veem constantemente apressados, internalizam que o valor está em fazer depressa - e muito", avisa a psicóloga clínica Helena Paixão.
A especialista, que advoga a importância de combater o ritmo agitado - visto socialmente como prova de valor -, recomenda desaceleração como forma de vida mais presente e mais consciente. Um processo que deve ser posto em marcha por adultos, mas que deve também ser promovido junto dos mais novos.
A também fundadora e diretora-executiva Helena Paixão deixa, por isso, cinco recomendações educativas para encaminhar os filhos para uma nova velocidade: a da consciência. "A vida não é uma corrida, é um caminho para ser vivido com presença", sublinha.
- Dar tempo ao tempo: permitir que façam as coisas ao seu ritmo, sem preencher todos os momentos com atividades.
- Valorizar o tédio: o tédio é um espaço fértil para a criatividade. Não é algo a evitar, é algo a acolher.
- Rituais familiares lentos: refeições sem ecrãs, caminhadas em família, histórias antes de dormir.
- Falar sobre emoções: ajudar a identificar quando se sentem sobrecarregados e o que os ajuda a acalmar.
- Dar o exemplo: mostrar que os adultos também param, descansam e se cuidam - sem culpa.

Pscióloga clínica Helena Paixão

