Educar para o clima: como preparar as crianças e jovens para os desafios ambientais

O futuro do clima passa pelas crianças
Foto: Pexels
As gerações mais novas irão viver mais tempo com os efeitos das alterações climáticas do que os adultos de hoje. Por isso, especialistas defendem que é essencial envolver crianças e adolescentes em conversas sobre o ambiente.
Corpo do artigo
As crianças enfrentarão uma exposição mais prolongada aos efeitos das alterações climáticas do que as gerações anteriores. Por isso, é fundamental que os adultos lhes transmitam o conhecimento sobre a dimensão e as consequências deste fenómeno, ao mesmo tempo que procuram mitigar o seu impacto na saúde dos mais novos.
A médica Faith Coleman propôs três etapas para orientar os pais na preparação das crianças para os efeitos das alterações climáticas, tendo em conta que estas crescem num contexto em que fenómenos extremos, como incêndios ou tsunamis, fazem parte do quotidiano.
Crianças de um aos cinco anos: É importante que os adultos incentivem os mais novos a estabelecer uma ligação com a natureza, através de caminhadas onde se fale sobre o clima e as mudanças sazonais. Ensinar-lhes a identificar aves, animais selvagens e os respetivos habitats ajuda a desenvolver consciência ecológica. Paralelamente, é essencial sensibilizá-los para a importância do ar puro, tanto para a saúde das plantas como dos animais.
A jardinagem é também uma atividade cativante para as crianças. Comprar sementes para cultivar um pequeno jardim ou plantar ervas aromáticas em vasos na cozinha são formas simples de as envolver no contacto com a natureza.
Dos seis aos 12 anos: Nesta fase, os pais devem começar a abordar com as crianças a forma como as escolhas individuais podem impactar o ambiente. Uma boa forma de envolver os mais novos é calcular em conjunto a pegada de carbono da família e desafiá-los a sugerir formas de a reduzir. Trocar o carro por caminhadas, andar de bicicleta, utilizar transportes públicos ou partilhar boleias são algumas das alternativas que podem ser discutidas e implementadas em família.
Dos 13 aos 18 anos: Os adolescentes já reconhecem que as alterações climáticas têm um impacto real nas suas vidas. Esse nível de consciência permite que os adultos aprofundem o diálogo, explorando de que forma a crise climática afeta não apenas o ambiente, mas também a economia, os estilos de vida e a cultura.
É fundamental discutir com os adolescentes como as alterações climáticas estão na origem de fenómenos meteorológicos extremos cada vez mais severos e prolongados, como os incêndios florestais, que podem levar à destruição de habitações e à perda de negócios.
