Cardeal Robert Francis Prevost, nascido em Chicago, nos Estados Unidos da América, foi eleito o novo papa. Leão XIV sucede a Francisco. Veja o que pensa sobre as mulheres e o papel delas na Igreja Católica
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À beira de completar 70 anos, que acontece a 15 de setembro, o cardeal Robert Francis Prevost, de origem norte-americana e peruana sucede ao Papa Francisco e é visto como um progressista. No Vaticano, o perfeito para o Dicastério para os Bispos assume agora a cadeira de Pedro e escolhe o nome Leão XIV.
Sob o pontificado do seu antecessor, Prevost esteve, como revela a estação pública norte-americana, à frente de uma das reformas mais profundas de Francisco e que dizia respeito às mulheres: adicionando três ao conselho eleitoral que decide que bispos encaminhar ao Papa.
Em março de 2024, o então cardeal considerou que esta decisão de Francisco "contribuía significativamente para o processo de discernimento na procura de quem esperamos que sejam os melhores candidatos para servir a Igreja no ministério episcopal", afirmou em entrevista ao Catholic News Service.
Relativamente à possibilidade de as mulheres poderem vir a ser ordenadas, Prevost considerou, em 2023, no âmbito do Sínodo sobre a Sinodalidade, que “clericalizar as mulheres” "não resolveria necessariamente os problemas da Igreja, poderia criar possivelmente um novo". Considerava, então, Prevost que “talvez precisássemos de olhar para uma nova compreensão ou uma compreensão diferente de liderança, poder, autoridade e serviço – acima de tudo serviço – na Igreja a partir das diferentes perspetivas que podiam ser, se quisessem, trazidas para a vida da Igreja por mulheres e homens.”
Lembrou, à data, que um legado com mais de dois mil anos não se mudava de um momento para o outro, mas, sem fechar decisivamente a porta, considerou que “haverá um reconhecimento contínuo do facto de que as mulheres podem acrescentar muito à vida da Igreja em muitos níveis diferentes”.
O cardeal norte-americano Robert Francis Prevost, de Chicago, foi eleito esta quinta-feira, 8 de maio, papa pelos 133 cardeais reunidos em Roma e assumiu o nome de Leão XIV. No início deste ano, Francisco nomeou Prevost para o posto mais elevado de cardeais, mostrando a estima que tinha ao seu trabalho e percurso, sugerindo que ele seria, possivelmente, uma escolha de Francisco num qualquer conclave futuro.
Considerado um progressista, com experiência e alinhamento com as ideias do Papa Francisco, o pontificado de Prevost vai enfrentar fortes desafios, sendo considerado sensível a questões como a imigração e a justiça social. A sua formação na ordem dos agostinianos também é vista como um ponto positivo, trazendo uma dimensão contemplativa e missionária à sua ação.
É considerado afável, moderado, reservado mesmo, tendo sido uma das grandes apostas de Francisco, que o nomeou responsável pelos bispos de todo o mundo e pela sua comissão para a América Latina. A sua moderação é encarada como uma ponte entre as fações conservadoras e reformistas da Igreja.