Quatro técnicas femininas mais usadas para aumentar o prazer sexual, segundo estudo

Mais de três mil mulheres com idades entre os 18 e os 93 anos responderam de forma 'online' a este estudo
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Investigação envolveu questionários a mais de três mil mulheres com idades entre os 18 e os 93 anos e indica quais as estratégias a que elas mais recorrem para incrementarem o prazer, e há quatro técnicas que sobressaem. Conheça-as.
Embora as narrativas sexuais mantenham a correlação única entre penetração e prazer, há muito que a sexualidade tem reivindicado um papel bem mais amplo no caso das mulheres, alertando para mecanismos tantas vezes negligenciados que são, afinal, tão ou mais prazerosos para o sexo feminino.
Um inquérito que ouviu opinões, vontades e desejos de mais de três mil mulheres norte-americanas, com idades entre os 18 e os 93 anos e cujos resultados foram publicados na revista científica PLOS ONE, vem reiterar outras formas de obtenção de prazer aquando do sexo penetrativo, sendo que foram identificadas quatro com maior preponderância quando o assunto é o empoderamento sexual das mulheres.
A análise encontrou quatro estratégias, com nomes muito claros, que as mulheres mais usam para conseguirem maximizar o prazer durante o ato sexual e que estão amplamente detalhadas no "relatório do prazer" do site educativo norte-americano OMGYES.
Segundo o inquérito, a prática da "angulação" é o mais referido junto das entrevistadas, com quase nove em cada dez (87,5%) a revelar que usa esta estratégia de girar, elevar ou baixar a pelvis e a anca para conseguir maximizar o prazer com um parceiro ou com um brinquedo sexual. A segunda técnica mais evocada nas entrevistas foi a da penetração superficial. Definida no original como shallowing, o estudo indica que cerca de quatro em cada cinco mulheres (83,8%) já recorreram a esta estratégia para aumentar o prazer durante a penetração.
Num terceiro patamar de preferência surge o balanço sobre a zona pélvica. Mais de três quatros das entrevistadas (76,4%) revelaram recorrer à tecnica de toque no clitóris como complemento à penetração vaginal, relegando o simples movimento cadenciado para um segundo plano, confirmando obter mais prazer.
Em quarto lugar de referenciação por parte das entrevistadas surgiu o mescanismo de "comnbinação" ("pairing" na designação original). De acordo com este método, cuja eficácia foi relatada por sete em cada dez inquiridas (69,7%), as mulheres recorrem à estimulação do clitóris durante a relação sexual, reportando indices de maior satisfação sexual.
Resultados (que pode consultar no original aqui) que não se revestem de particular surpresa porque há muito que os especialistas falam nestas e noutras estratégias femininas para obter prazer, mas que voltam a lembrar que a sequência sexual que é amplamente promovida está longe de ser totalmente satisfatória para as mulheres.
Julia Robinson, editora da revista PLOS ONE lembra, em comunicado, que é fundamental que as publicações científicas revelem este tipo de pesquisas. "Contribuem para a base do conhecimento académico e explora um tema pouco estudado que está relacionado à saúde e ao bem-estar das mulheres".
A psicóloga e terapeuta sexual Kate Balestrieri sublinha que "as mulheres muitas vezes são ensinadas a serem receptáculos do sexo", diz, citada pelo site norte-americano HuffPost. Ora, prossegue a especialista, "quando falamos em mudar a linguagem em relação a inclinar as ancas ou mover o corpo, tal é um presente para nós mesmas, estamos no controlo dos nossos próprios corpos". "O que é tão interessante, e necessário, neste estudo é a possibilidade de as mulheres o lerem e sentirem-se legitimadas na capacidade de se conduzirem rumo ao seu próprio prazer", refere a sexóloga.

