App que ajuda mulheres a afastarem-se de homens tóxicos bate recordes e gera polémica
A aplicação Tea junta mulheres que, de forma anónima, descreve os homens com quem se cruzaram nos encontros e deixam conselhos a outras mulheres para promover a segurança e evitar golpes online. É a app com mais downloads em julho, nos EUA, e está a gerar polémica
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Antes de combinar um encontro físico com alguém que conheceu nas aplicações encontros como o Tinder, Bumble, Match ou Hinge, pode sempre consultar a app ‘Tea’ (chá em português) para perceber se já alguém esteve com aquela pessoa antes, se tem mais bandeiras vermelhas ou verdes classificada por outras mulheres e que conselhos de segurança dá a quem procura conhecer melhor a pessoa em causa. Aliás, na síntese de apresentação, a app que diz ser mais do que isso mesmo, “é uma irmandade”, informa que pretende “ajudar as mulheres a reconhecer sinais de alerta antes do primeiro encontro, deixando conselhos sobre namoro e mostrando quem realmente está por trás do perfil da pessoa de quem se estão a aproximar”.
Ao descarregar a ‘Tea’ é possível ler e comentar, de forma anónima, no fórum nacional de relatos e definir alertas para o nome de um homem que se procure especificamente. “Os utilizadores podem pedir anonimamente conselhos sobre namoro e relacionamento para encontrar apoio e capacitação junto de uma comunidade de mulheres verificadas”, refere o texto que apresenta a app. “Estamos a namorar a mesma pessoa? Peça à nossa comunidade anónima de mulheres para garantir que seu encontro é seguro, e não um esquema online, e que o possível futuro parceiro não está previamente num relacionamento”, informa a plataforma que diz doar 10% dos lucros à Linha Direta Nacional de Violência Doméstica.
A ferramenta digital gratuita, exclusiva para mulheres, está a ter tanto êxito nos Estados Unidos da América que lidera o top de descarregamentos do mês de julho, na App Store da Apple, e ganhou quase um milhão de aderentes só nos últimos dias. Na inscrição, é exigido que seja tirada uma selfie para provar de que se trata mesmo de uma mulher, e que a app diz apagar após análise.
Na plataforma, as utilizadoras podem procurar pelos nomes das pessoas, criar alertas personalizados para homens específicos, verificar históricos criminais e fazer pesquisa reversa de fotos para verificar a identidade da pessoa. As capturas de imagem estão interditas.
E se uns aplaudem a iniciativa que partiu de Sean Cook, que quis por fim à experiência “atemorizante” dos namoros online da mãe, outros criticam fortemente a app que diz ter nascido para manter as mulheres seguras. Grupos anteriores de Facebook enfrentaram acusações por se terem tornado ponto de falatório ou arriscarem eventual desinformação ou difamação sobre algumas pessoas. No ano passado, conta a estação norte-americana NBC, o tribunal rejeitou dois processos por difamação em Illinois e na Califórnia por homens que foram identificados e caracterizados nos grupos.