Protocolo com a Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade e a União das Misericórdias Portuguesas visa estimular crianças e população mais idosa à prática do futebol nas respetivas instituições, promovendo a atividade física e novos hábitos de vida saudável.
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A Associação de Futebol do Porto celebrou um protocolo de cooperação com a Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS) e a União das Misericórdias Portuguesas (UMP), ontem ao final da tarde, que visa dinamizar o “Walking Football” e o projeto ABC da Bola e assim abrir portas à atividade física a mais crianças e idosos daquelas instituições. Manuel Lemos, presidente da União das Misericórdias Portuguesas, e o padre Lino Maia, da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade, assinaram o protocolo com José Manuel Neves, presidente da Associação de Futebol do Porto (AFP).
José Manuel Neves, presidente da AFP, começou por revelar em primeira mão que tinha sido dado o primeiro passo para a edificação da Academia. “Acabamos de lançar o concurso para a primeira pedra, pelo que quero agradecer à Câmara Municipal do Porto e todas as instituições envolvidas por nos terem ajudado”, destacou, abordando de seguida o protocolo que acabara de assinar. “Num país que está na cauda da Europa no que diz respeito à prática desportiva, queremos inverter esta tendência com o Walking Football e o ABC da bola. Queremos inverter a tendência para a solidão e o individualismo e ser mais solidários. Boa parte das nossas crianças, apesar de vivermos em Portugal, são obesas, porque se acabaram os jogos de rua. No caso do ABC da Bola, a bola é um instrumento para que as nossas crianças brinquem e deixem os telemóveis, computadores e as tecnologias. Esta é uma situação que queremos inverter. Sendo certo que a idade é um limite que colocamos na nossa cabeça, o Walking Football não tem limites de idades, nem de barreiras, e foi pensado para que todos tenham mais atividade, sejam mais saudáveis e usem menos medicação à custa do exercício físico. Como diz o poeta: 'Mente sã em corpo são', é isto que queremos para os adultos e para as crianças na Associação de Futebol do Porto”, vincou.
Perante uma plateia onde marcaram presença alguns autarcas, vereadores, representantes de IPSS ligadas à solidariedade e provedores da Santa Casa da Misericórdia, Manuel Lemos congratulou-se com a iniciativa da Associação de Futebol do Porto, que disse ter abraçado desde o primeiro instante, explicando os motivos que o levaram a avançar com os projetos “Walking Football e ABC da Bola: “A sociabilização das crianças e a atividade física dos idosos preocupa e num país onde se liga tanto ao futebol é motivo de alegria e faz todo o sentido que seja com a A.F. Porto darmos início a este percurso que, já soube, será alargado ao país inteiro. Nas misericórdias andamos a tentar dar mais anos à vida e Portugal tem uma esperança de vida das maiores da Europa. Mas falta dar vida aos anos e temos consciência de que os últimos anos de vida são penosos, por vezes. Não faz sentido, numa região do Mundo onde se cultiva a cidadania e a dignidade humana, que não sejam estimulados. Quanto mais ativos os nossos idosos, maior a capacidade de intervenção. Por isso, aderimos de imediato, porque queremos ajudar os portugueses a serem mais felizes”.
O padre Lino Maia sublinhou as duas vertentes da iniciativa desta AFP, que visa conduzir à prática do futebol para crianças e idosos, em cada caso um através de “modalidades” específicas. “Se quisermos ver uma criança feliz é dar-lhe uma bola. É importante que possamos dar bolas às nossas crianças, porque são muito atiradas para os computadores, para uma certa individualidade e para algum isolamento. Tudo o que seja promover as crianças a ver mais pessoas e a integrarem-se melhor será contribuir para a socialização”, apontou, referindo-se ao projeto ABC da Bola, lançado na temporada passada em todo o distrito do Porto. “Com o Walking Football os mais idosos e os utentes dos nossos lares e centros de dia terão algo que os levante das cadeiras e os faça movimentar-se. É uma forma muito bonita de lazer, atividade e convívio. Com esta iniciativa estamos no bom caminho para uma melhor coesão social. Estou muitíssimo confiante com esta iniciativa”, destacou.