Capitão do F. C. Porto faz 40 anos este domingo e tem razões para festejar uma carreira cheia, que ninguém sabe quando vai chegar ao fim.
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O F. C. Porto entra em ação hoje à noite, em casa, contra o Gil Vicente, ou seja, é quase certo que Pepe só festejará a sério o 40.º aniversário quando o jogo terminar. E se os dragões vencerem, claro. Para um verdadeiro "animal competitivo", como já lhe chamou várias vezes Sérgio Conceição, só isso fará sentido. Seja como for, o capitão portista podia até não ganhar mais jogo nenhum que a carreira iniciada há mais de 20 anos nunca deixaria de ser brilhante.
Do menino de Maceió que chegou a Lisboa com cinco euros no bolso, já quase tudo foi contado. A passagem sem sucesso pela formação do Sporting é conhecida, tal como a ida para o Marítimo, a explosão no F. C. Porto, a transferência milionária para o Real Madrid, os 10 anos ao serviço do clube merengue, a passagem pelo Besiktas e o regresso ao Dragão para mais de uma mão cheia de troféus. Pelo meio, a naturalização e a disponibilidade para jogar por Portugal, que o transformaram num dos melhores jogadores da história da seleção lusa. Tudo condimentado com a conquista de 29 títulos, incluindo três Ligas dos Campeões em Madrid e um Campeonato da Europa de quinas ao peito.
O que poucos conseguem explicar é a longevidade, aliada à incrível vontade de ganhar cada lance e cada jogo como se fosse o primeiro. Ou o último. Os segredos para a incrível condição física do central nem sequer o são, até porque o próprio já os revelou: muito descanso, horários de sono bem regrados, alimentação cuidada e zero excessos. A dedicação à família também ajuda. Mas depois há aquele extra, que nem o mais aconselhável dos estilos de vida fora dos relvados pode garantir a um futebolista: aos 40 anos, como aos 30 ou aos 25, Pepe é sempre igual, pelo F. C. Porto, pelo Real Madrid ou pela seleção portuguesa, mesmo que isso deixe muitos adversários e adeptos dos rivais de cabelos em pé: os jogos são para deixar a pele em campo e para (tentar) ganhar a todo o custo, mesmo que para isso seja preciso desafiar todas as probabilidades.
Por responder, está apenas a questão relacionada com o timing para o final da carreira. Questionado há poucos dias sobre a hipótese de renovar contrato com o F. C. Porto, o defesa chutou para canto e disse que só vai decidir no final da época. Primeiro, quer ganhar mais títulos e perceber se continua a ter condições de ser competitivo dentro do próprio plantel portista. Pelo que se tem visto ao longo dos últimos meses, não há nenhuma razão para pensar o contrário.