Não há shoppings e a praia quase só serve para enfeitar, mas nem por isso Pedro Rebocho está a passar mal em Côtes-d"Armor, ali no litoral da parte mais ocidental de França.
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"Já falava alguma coisa de francês e isso também ajudou. Guingamp é diferente das cidades onde já vivi, é muito mais pequena, mas tem sido fácil adaptar-me", adianta Rebocho, ao JN.
Se há algo nesta comuna francesa que até se parece "um bocadinho" com o Centro Histórico da sua Évora natal, as parecenças começam e acabam aí. "A vida é mais calma", salienta o futebolista formado no Benfica. "Aqui está tudo fechado a partir das 20 horas. E ao domingo não há nada aberto", acrescenta.
Sossego, está visto, há para dar e vender. A tal ponto que nem para passar o tempo é fácil encontrar alternativas. "Há cinema e bowling, mas não há shoppings, por exemplo. Se quisermos ir a um, temos de andar uma hora de carro e ir a Rennes", conta Pedro Rebocho.
A solução podia estar à mão de semear, só que a natureza também faz das suas para aqueles lados. "O tempo foi o que mais me surpreendeu pela negativa. Nunca está muito calor. Eu vivo em frente à praia e só lá fui uma vez. E vestido", diz, entre risos.
Croissants e pão de todas as maneiras e feitios não lhe faltam, assim como a carne de porco, mas essa Rebocho dispensa: "É diferente. Provei, mas não gosto do paladar", explica. Se pelo menos houvesse o bolo de bolacha... "É a minha sobremesa preferida, mas ainda não vi por aqui", lamenta-se.
Passe curto
Nome Pedro Miguel Braga Rebocho
Clube EA Guingamp
Idade 22 anos (23/01/1995)
Posição Defesa
E o Neymar ali tão perto
Houvesse essa possibilidade e Pedro Rebocho regressava a Portugal com a mala cheia daquele fervor com que os adeptos franceses vivem o futebol. Não é de espantar. A realidade com que se deparou em França bateu-lhe forte. "No Moreirense, estava habituado a jogar com 300 pessoas por jogo, a não ser que o adversário fosse um dos três grandes ou o V. Guimarães e aqui o estádio está praticamente sempre cheio em todos os jogos. E depois os nossos treinos são sempre à porta aberta, o que cria uma boa relação com os adeptos", revela Rebocho. Ele que não esquece aquele 13 de agosto de 2017. "Claro que foi uma sensação fantástica defrontar o Neymar. Só estava habituado a vê-lo na televisão e na Playstation". O presente é melhor.