Não é só um tira-teimas entre os dois campeões da Península Ibérica que está em causa amanhã (11.30 horas, de Portugal). É também um braço de ferro entre o râguebi dos dois países. Direito, o campeão nacional, e El Salvador, detentor do título espanhol, disputam a 37.ª Taça Ibérica, à procura de um lugar na história.
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Isto porque, apesar de ambos os conjuntos - que nunca se defrontaram nesta competição - terem quatro troféus cada (registo também exibido pelo Benfica e pelos espanhóis do Santboiana), não há, até hoje, qualquer equipa que tenha alcançado a mão-cheia de títulos.
É aqui que uma nova página de história se desenha. "Era importante para nós e para o râguebi português sermos o clube com mais Taças Ibéricas, até para mostrarmos que estamos por cima do râguebi espanhol", assumiu, ao JN, Vasco Uva, ele que, aos 34 anos, é o mais internacional de sempre na modalidade.
E o emblema português até chega a Valladolid (palco do jogo) motivado por uma época 2015/16 de sonho, que incluiu as conquistas da Taça Ibérica, do campeonato nacional, da Taça de Portugal e da Supertaça.
Depois, há o histórico recente, que ajuda a encarar o desafio com otimismo. "Nas duas últimas vezes, demo-nos bem frente aos espanhóis", defende, recordando os dois triunfos diante do VRAC Quesos Entrepinares, em 2014 e 2016. Aliás, Direito é já protagonista habitual da Taça Ibérica, com cinco presenças nas últimas sete edições da prova.
E a história feliz do conjunto lisboeta continua a contar-se no presente, numa superioridade nacional incontestável - nos nove jogos já disputados no campeonato, Direito somou nada menos do que nove triunfos, liderando a prova com oito pontos de vantagem sobre o Agronomia.
Por tudo isto, não há que enganar. "Sabemos do nosso valor e queremos trazer a Taça", arrisca Vasco Uva. Mas o realismo está sempre por lá e, por isso, assume, sem hesitar, que o favoritismo está do lado espanhol.
"O râguebi tem poucas competições europeias, portanto este acaba por ser o jogo mais competitivo e difícil da época. Eles têm um ritmo diferente do nosso e uma equipa muito forte, com vários jogadores estrangeiros, que ajudam a aumentar a qualidade do jogo", explica o mais mediático jogador da formação lisboeta.
E é aqui que reentra a questão do orgulho ibérico. "Sendo nós uma equipa que privilegia os jogadores nacionais, isso ainda nos dá mais vontade de mostrar o nosso valor", justifica.