Há um ano, a FIFA mudou de mãos e Gianni Infantino agarrou as rédeas de uma entidade mergulhada<br /> no descrédito. Já tomou decisões importantes, mas recuperar das mazelas da corrupção é bem mais difícil.
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Suíço como o antecessor, poliglota e formado em Direito. Faz amanhã um ano que Gianni Infantino ascendeu ao topo da hierarquia do futebol mundial, depois de derrotar Salman Bin Ibrahim Al-Khalifa na segunda votação definitiva para a escolha do sucessor de Sepp Blatter. Com a FIFA a ferro e fogo, mergulhada em desconfianças pouco abonatórias, o ex-secretário-geral da UEFA assumiu o cargo em baseado num manifesto eleitoral: "Reformas e Boa Governança, Democracia e Participação e Desenvolvimento do Futebol". Resgatar a imagem de idoneidade é "fundamental", mas também um parto difícil e demorado; quanto a reformas, essas começam a ser evidentes. Mesmo com alguma polémica à mistura.
Num ano, o regimento liderado por Infantino confirmou mudanças nos mundiais de seleções, abriu caminho a alterações nos Mundias de clubes, operou um "reset" na arbitragem e aumentou a família. Começando pelo fim, dizer que Kosovo e Gibraltar, até maio de 2016 fora do mapa FIFA, tornaram-se nos 210.º e 211.º países a figurarem na alta roda do futebol mundial.
Menos consensual foi a decisão unilateral de aumentar as seleções bafejadas pela presença em Campeonatos do Mundo, a partir de 2026. O contingente engordará de 32 para 48 , subida merecedora de gritaria eufórica de muitos, mas de críticas de outros, como a Liga espanhola ou a Associação Europeia de Clubes, bem empanturradas de jogos por temporada. O Mundial 2026 ainda não tem sede definida e também aí adivinham-se novidades: a FIFA estuda a possibilidade de o Campeonato do Mundo decorrer em mais do que um país. Em cima da mesa, está, ainda, a hipótese de os Mundiais de clubes abrangerem 32 equipas a partir de 2019, ao contrário das oito que desde sempre compõem cada edição anual da prova.
Na arbitragem, destaca-se o alavancar do videoárbitro, já experimentado, embora com alguns contratempos, precisamente no último Mundial de clubes, e o abrir de portas à introdução definitiva da quarta substituição quando se jogarem prolongamentos, como sucedeu nos Jogos Olímpicos de 2016. Também é de Infantino a ideia dos prémios "The Best", sucessores da Bola de Ouro, agora fora da esfera da entidade. Assim vai o reinado do 9.º presidente eleito da FIFA.