Pela primeira vez desde a curta passagem pelo comando técnico do F. C. Porto, Martín Anselmi falou publicamente sobre a saída dos dragões, numa entrevista em que referiu o mundial de clubes e o desgaste mental dos jogadores.
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No podcast "Clank!", o treinador argentino recordou a participação portista no Mundial de Clubes, onde a equipa foi eliminada logo na fase de grupos - sem vitórias -, facto que acabou por precipitar a sua demissão. "Sabíamos que o Mundial de Clubes era perigoso. O Mundial tem dessas coisas. Custou muito às equipas europeias no início e, connosco, foi igual. Sabia que o primeiro jogo seria determinante. Mas também sabíamos que, com a situação em que estávamos, ia ser uma competição difícil para nós", disse.
O técnico sul-americano destacou ainda o desgaste mental dos jogadores ao longo da época passada. "Os jogadores precisavam de descansar a cabeça. E não estou a dar desculpas... Foi uma temporada dura. As pessoas vão começar a entender. Eu gosto de entender o que estou a fazer mal para poder melhorar. E acredito que, para poder melhorar, tens de olhar para ti mesmo e dizer 'é isto que estou a fazer mal'. É preciso essa humildade", explicou. Anselmi admitiu que, durante o processo no F.C. Porto, foi feita "muita coisa sem clareza suficiente", o que dificultou a evolução no contexto europeu e do clube.
Sobre o jogo com o Inter Miami, que os dragões perderam, o treinador sublinhou um detalhe que considera crucial: "Onde é que errámos? O Luis Suárez correu 10 quilómetros e 800 metros nesse dia. Com a idade que tem e com tudo o que ganhou, nenhum jogador nosso percorreu essa distância", acrescentou.
Por fim, Anselmi rejeitou ter sido "infiel" ao Cruz Azul, clube mexicano com o qual rescindiu contrato para assumir o F. C. Porto. "Penso que não. Teríamos de ver aqui a definição de infiel. Era um desafio que não podíamos rejeitar. Até posso ser o vilão por ter ido para o F. C. Porto, mas não podem falar sobre a forma como fui", concluiu.