Treinador do F. C. Porto sublinha que o importante é o compromisso dos jogadores e diz que a equipa treinou no máximo durante a semana para ganhar na Amadora.
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Na antevisão do jogo de sábado com o Estrela da Amadora, Martín Anselmi falou sobretudo do episódio de indisciplina protagonizado no início da semana por vários jogadores do F. C. Porto, "apanhados" numa noitada proporcionada pela festa de aniversário do central Otávio.
"Gostava de fazer uma reflexão sobre o tema. É inevitável porque foi público. Como líder, tenho de ter uma postura clara. Por um lado, o F. C. Porto tem um regulamento, que não foi cumprido. E a partir daí marca-se uma falta, neste caso, aplicam-se as multas correspondentes a cada falta. Parece-me bem. Mas a minha reflexão vai mais longe. O regulamento tem a ver com as obrigações e o importante é o compromisso, não com Anselmi, mas sim com o F. C. Porto, com a profissão, com o lugar privilegiado que têm e com os companheiros", afirmou o técnico portista.
"Gosto de falar da equipa e o grupo está acima de tudo. É o mais importante. Fazer parte de uma equipa pode levar-te a fazer coisas que não queres a bem da equipa, como também te pode levar a não fazer coisas que gostavas, a bem da equipa. Este tipo de coisas prejudicam porque o importante é o foco no jogo. A confiança constrói-se e destrói-se, temos de entender, melhorar e o meu papel como líder é focar o grupo no jogo do fim de semana, que é o que interessa. O F. C. Porto que queremos construir não aceita faltas de compromisso. Queremos gente focada", acrescentou, mantendo-se no tema a propósito de uma questão sobre a ausência, por lesão, de Diogo Costa nas próximas partidas.
"A baixa do Diogo afeta-nos sempre... É o nosso capitão, o guarda-redes... Faz a sua função de maneira excecional. Não quero que seja uma desculpa, até porque confio também no Cláudio Ramos. A equipa treinou [esta semana] de 'puta madre'. Desculpem a expressão. Tudo é ruído, temos de entender o lugar em que estamos e perceber o que temos de fazer. Tudo o resto é ruído que vem de fora. Nada tem a ver uma coisa com a outra. O plantel preparou-se a 100% para a partida do fim de semana. [Este episódio] Não afeta o plano desportivo", disse.
"As coisas custam. O meu pai dizia-me que tinha de me esforçar, de me levantar todos os dias, de lutar pelo que queria... Chamamos a isso sacrifício e eu tento ensinar o mesmo ao meu filho. E estes [jogadores] não são meus filhos, mas podiam ser. Há que pensar, porque cada ação que temos na nossa vida tem consequências, boas ou más. Eu entendo o lugar onde estou e o contexto que isso representa. É determinante entender isso, porque o privilégio de representar estas cores também traz um monte de responsabilidades e compromisso. Há que contextualizar a sorte que temos”, concluiu, numa conferência de imprensa em que quase não se falou do jogo na Reboleira, onde o F. C. Porto vai continuar a lutar pelo terceiro lugar do campeonato.
"O Estrela é uma equipa que estará comprometida até ao final, quer os três pontos. É um campo complicado. Para nós, não muda nada. O importante é mostrarmos a nossa essência. Faltam quatro finais para cumprirmos os objetivos".