Silvino Finalista de duas Taças de Campeões pelo Benfica e campeão europeu pelo Inter
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Jogou no Benfica durante nove épocas, esteve em duas finais da Taça dos Campeões Europeus com a camisola das águias, foi campeão europeu como adjunto de José Mourinho no F. C. Porto e no Inter, o adversário dos encarnados esta noite. Silvino Louro, 64 anos, é um dos treinadores portugueses que melhor conhece a realidade do clube italiano.
"As equipas italianas são muito complicadas nas eliminatórias a dois jogos, ainda para mais o Inter com jogadores experientes. Vai ser difícil vencer 3-0. No entanto também se dizia que não era possível ganhar à Juventus e aconteceu. Pode ser que o Benfica esteja em dia sim, antes desta fase foi uma equipa personalizada e não tremia. Apesar de desejar a passagem, sinceramente acho difícil porque o Inter tem muita experiência e jogadores fortes taticamente. Isso viu-se na Luz com a estratégia de Inzaghi que cortou as linhas de passe e não deu chances ao Benfica de jogar o que estava habituado a fazer", sublinha, ao JN, o antigo guarda-redes.
Silvino entende que a águia tem de "jogar mais" e "na expectativa de que o Inter suba o meio-campo e possa fazer aquilo que os italianos conseguiram na Luz, contra-atacar e marcar", destaca. "Pode ser que haja um milagre, enquanto há vida existe esperança...".
Por outro lado, Silvino não hesita em destacar a superioridade da equipa italiana do tempo que integrava Júlio César, Materazzi, Figo, Crespo, Balotelli, Milito, Eto"o, entre outros. "Não se pode fazer comparações, essa equipa ganhou quase tudo, foi bicampeã de Itália, ganhou a Champions", recorda.
O antigo guarda-redes puxa o filme atrás, mas em relação ao Benfica do seu tempo, da década de 1980 e 1990. "É difícil dizer se éramos mais fortes. Há muita diferença no futebol. Hoje é hábito as equipas saírem a jogar de trás, naquela altura, eu como guarda-redes jamais poderia jogar com os pés. O Eusébio não deixava. Dizia por favor mete a bola longe [risos]".
Aos 64 anos, vive em Madrid e está pronto para continuar a trabalhar. Passou pelos principais clubes europeus, casos de Chelsea, Real, Inter e Manchester United e viveu uma experiência no Sudão, em 2021. Ali foi campeão e escapou a um golpe de Estado: "Não era um país que desse grande segurança".