Clube portuense, que tem 360 atletas, já sentiu um incremento mensal de 1500 euros na fatura de eletricidade e gás e teme mais aumentos.
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Quando ainda estava a sarar algumas feridas financeiras provocadas pela recente pandemia da covid-19, o FC Foz, histórico clube do Porto, tem agora de lidar com uma nova contrariedade de gestão, provocada pelo aumento dos custos da energia. Apesar de se orgulhar de ter uma situação económica "estável", este clube reconhece que será preciso um esforço suplementar para lidar com um incremento de 30 a 40% nas faturas da eletricidade e gás, o que representa, globalmente, um encargo extra de 1500 euros nas contas mensais.
"Temos de aplicar toda a nossa resiliência e gerir de forma ainda mais eficiente os nossos recursos. Somos um pequeno grande clube, não devemos dinheiro a ninguém e temos uma gestão financeira criteriosa. Será mais um desafio para lidar", começou por explicar ao JN, Eduardo Moreira, presidente do FC Foz.
O dirigente lembrou que o clube tem mais de 330 atletas na formação, mais 30 no plantel sénior e uma equipa a competir na Divisão de Elite da A. F. Porto, fazendo com que o mítico Campo da Ervilha tenha uma utilização constante. "Diariamente temos 150 atletas a treinar, a partir das 17 horas, e agora que anoitece mais cedo a iluminação está sempre ligada. Nos últimos meses já sentimos um aumento de 30 a 40% nas faturas, e acredito que pode chegar aos 50%", desabafou Eduardo Moreira.
Questionado se este aumento de custos obriga a fazer alguns cortes na atividade do clube, o líder do FC Foz acredita que tal não acontecerá. "Vamos ter de ser ainda mais dinâmicos a angariar apoios. Felizmente há um conjunto de pessoas e empresas que gostam do clube e nos vão ajudando. Além disso, conseguimos aumentar o número de sócios [para 700] e estamos a avançar para a construção de um campo de treinos. Não iremos cortar nas condições de trabalho dos atletas", garantiu.
Nesse espírito de proatividade, Eduardo Moreira também pensa num investimento em fontes de energia renováveis, como painéis solares, falando num "retorno a médio/longo prazo", e desafiando as entidades estatais, como a Câmara Municipal do Porto, a pensarem em apoiar os clubes neste âmbito. "Tanto a autarquia como A. F. Porto têm dado ajudas importantes, mas, nestes tempos atuais, será preciso uma visão ainda mais estratégica", vincou.