Lucas Veríssimo estreia-se pelas águias e forma trio de centrais com Otamendi e Vertonghen. Helton conserva titularidade frente ao segundo ataque mais concretizador das provas da UEFA.
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Quase 30 anos depois, as águias e o Arsenal voltam a cruzar-se, hoje (20 horas) em Roma, no caminho europeu que pode, em caso de sucesso final, atenuar a frustração dos desempenhos no plano interno: quarto e décimo classificados nos respetivos campeonatos. Ciente do poderio do ataque inglês - o segundo mais concretizador das provas europeias, com 20 golos -, Jorge Jesus vai alterar a estrutura defensiva para um esquema com três centrais e permitir a estreia de Lucas Veríssimo. Gilberto também regressa.
"O que pode mudar será no plano defensivo e, depois, não seremos a equipa com tantos avançados como habitualmente somos na Liga. E não é difícil de perceber porquê, pois o Arsenal tem um ataque poderoso. Há que ter algum equilíbrio para que as coisas se tornem mais fáceis", assumiu o treinador durante o lançamento do embate, ontem, no Seixal. O responsável admitiu mesmo que a "movimentação de Lacazette e Aubameyang", avançados dos britânicos, pode influênciar a "adoção daquele sistema".
"O desafio que se coloca é sobre a nossa forma de defender e ver se temos ou não capacidade para os parar. É importante que a equipa seja bem estruturada para anular, principalmente, Lacazette e Aubameyang, individualmente muito fortes", acentuou.
Por outro lado, Helton Leite vai conservar a titularidade, depois de a assumir frente ao Estoril, na Taça, e a manter com Moreirense, na Liga. Na altura, o técnico justificou a opção com a boa exibição com os canarinhos e pelo facto de a "equipa ter sofrido golos fáceis" sem o brasileiro na baliza, num claro recado a Vlachodimos.
Jesus lembrou que o Arsenal é um conjunto de um "patamar elevado do futebol inglês", atribuiu-lhe "algum favoritismo", mas garantiu uma águia "ofensivamente forte" e a tentar "surpreender".
O facto de o duelo ser discutido em campo neutro é desvalorizado e, apesar de elogiar o nível da prova - "a partir desta eliminatória será uma Champions" -, o técnico nega que um eventual triunfo salve a época. "Fizemos uma fase de grupo muito boa e temos a intenção de chegar o mais longe possível. Mas não há qualquer tábua de salvação", sublinhou.
Benfica e Arsenal voltam a encontrar-se quase trinta anos depois de uma eliminatória da ainda Taça dos Campeões Europeus ganha pelas águias com um épico triunfo (3-1) em Londres, após um empate em Lisboa. Jesus aceitaria, claro, a repetição da história numa batalha entre equipas que, em conjunto, já perderam cinco finais desta competição. Os "gunners" podem ainda utilizar a prova para chegarem à Champions.