Gonçalo Ramos bisa em dérbi eletrizante até ao apito final. Leões deixam escapar duas vantagens
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Benfica e Sporting empataram (2-2), ontem, na Luz, um resultado que força as águias a perder espaço para os mais diretos perseguidores e deixa o leão a marcar passo na recuperação para o topo da Liga. Independentemente da igualdade, que verdadeiramente não satisfez nenhuma das equipas, os conjuntos assinaram um dos melhores dérbis dos últimos tempos, não só pela atitude positiva, mas também pela intensidade, emoção e momentos de bom futebol.
Houve alternância de domínio, numa montanha russa emotiva, face à vertigem e rapidez com que as equipas chegavam à baliza contrária.
As águias desenharam mais oportunidades, mas o leão, confiante, acabou por ser mais eficaz e estar sempre na frente, fruto de uma grande determinação e simplicidade de processos. Num duelo com ambiente vibrante nas bancadas, o Sporting entrou pressionante e concedeu sinais de maior conforto no jogo. Vlachodimos hesitou, num dos lances iniciais, numa tremideira que se estendeu à equipa.
Mais à vontade e a explorar a largura, especialmente pelo lado do supersónico Porro, sempre apoiado por Pedro Gonçalves, o onze de Amorim ameaçou a águia, algo confusa e a errar em zonas proibidas.
Os leões pareciam mais confiantes e convencidos, mas seriam as águias a gerar as primeira oportunidades. No entanto, João Mário e Rafa mostraram-se adormecidos no momento de atacar a baliza de Adán.
Numa Luz em ebulição, seria o visitante a festejar primeiro, num autogolo de Bah, num lance com Porro na génese da jogada e pressão de Trincão.
Os verde e brancos mantiveram a atitude positiva, mas as águias também reagiram com muita vontade e coração (a ação de António Silva no lance que antecede o golo do empate é bem elucidativa). As águias subiram as linhas e o povoamento do ataque, acabando por chegar ao empate.
O tento deu, naturalmente, um suplemento anímico à equipa de Schmidt, numa fase em que o leão sofreu, mas que através de passes longos não deixou de ameaçar o adversário. Trincão podia ter aproveitado um deslize de António Silva.
Na etapa complementar, o Sporting voltou à vantagem logo na fase inicial. Um erro de António Silva, surpreendido por Paulinho, levou o VAR a sancionar a penalidade.
A desvantagem intranquilizou ligeiramente os encarnados, mas, tal como na primeira parte, voltaram a igualar, desta vez, num ataque rápido.
Num palco a ferver e as equipas apostadas no triunfo, o jogo partiu-se e a discussão manteve-se emotiva e com desfecho imprevisível até final. O onze de Schmidt conservou um ligeiro ascendente, embora Chermitti ainda tivesse surgido isolado, numa ação que deixou dúvidas quanto à legalidade da posição do atacante.
Mais: Garra de Otamendi, classe de Enzo e bis de Ramos. Porro, supersónico, tem companhia de Pedro Gonçalves e Ugarte.
Menos: Aursnes defendeu mal e pouco ajudou Grimaldo. Inácio permissivo e Trincão adormecido após oferta de Silva.
Árbitro: Advertido pelo VAR, corrigiu bem a decisão inicial e marcou penálti. Dúvidas num lance de Matheus Reis sobre Rafa.
Veja o resumo do jogo:
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