<p>O Benfica conquistou ontem, domingo, a quinta goleada na Liga em apenas 12 jornadas. As águias venceram a Académica por 4-0 e regressaram ao topo da competição em igualdade pontual com o Sporting de Braga.</p>
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Depois de uma fase de um aparente abrandamento da máquina ofensiva - derrota com Guimarães e empate em Alvalade -, o onze de Jorge Jesus apanhou novamente a carruagem dos resultados expressivos. Com um estado do relvado pesado, face à chuva continua que caiu durante todo o jogo, os benfiquistas foram eficazes, essencialmente no primeiro período, e mais fortes na etapa derradeira com Cardozo a conseguir mais três golos.
A Académica, por sua vez, exibiu competência e audácia estratégica, bem à imagem da filosofia do treinador. Caiu, essencialmente, por não possuir as mesmas armas individuais que o oponente.
O Benfica entrou fiel ao seu princípio de jogar de forma envolvente e com preocupação estética. Jorge Jesus afirmara na véspera que seria importante encontrar o caminho do golo numa fase inicial. E a equipa conseguiu-o, numa combinação entre Cardozo e Saviola, concluída com sucesso pelo paraguaio.
O lance mostrou a velocidade de execução dos avançados mas também a ideia de que os conimbricenses concederam demasiado espaço.
De facto, a imagem confirmou-se momentos depois e era apenas consequência da forma estratégica positiva com que a Académica encarara o confronto. À semelhança do que fizera no Dragão, a Briosa não perdeu serenidade nem organização com a desvantagem e manteve fidelidade à filosofia de jogo defendida por André Villas-Boas.
Os academistas exibiram ambição táctica e pressionaram o oponente, forçando-o a actuar predominantemente na sua zona defensiva durante mais de 25 minutos. O plano assentou em retirar a iniciativa de jogo ao adversário, escondendo a bola e temporizando as acções ofensivas.
O futebol positivo da Briosa continha naturalmente riscos. Os primeiros sinais haviam sido evidenciados no lance do golo inaugural e voltaram a sentir-se no segundo. O adiantamento ofensivo deixava a linha recuada algo desprotegida. E, ao mínimo deslize, Saviola cometeu uma pequena maldade a Rui Nereu - desenhou um chapéu perfeito que permitiu outro conforto às águias.
Embalados pelo momento de inspiração do companheiro, os encarnados pareceram desejosos de alterar o cenário, intensificar o ritmo e aproveitar a fragilidade do visitante.
No segundo período foram mais activos e menos expectantes. Novo tento de Cardozo lançou a incerteza sobre o regresso das goleadas à Luz.
A realidade confirmou-se perante uma Académica que caiu fisicamente num relvado pesado.