Após ter ficado em segundo lugar no Grupo F e falhado o apuramento direto para os oitavos de final da Liga Europa, a equipa arsenalista tem, neste play-off frente aos moldavos do Sheriff, cuja primeira mão se joga na quinta-feira, a derradeira chance de se qualificar, acabando com um jejum que dura desde 2015/16 e, simultaneamente, juntando mais 1,2 milhões de euros aos cofres da sociedade desportiva.
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Depois de um ano sabático (2014/15), o Braga voltou às competições europeias em 2015/16, tendo, sob o comando de Paulo Fonseca, alcançado os quartos de final da Liga Europa, a segunda melhor prestação de sempre, só superada por Domingos Paciência, técnico da equipa finalista vencida em 2010/11, após o desvio da Champions.
Desde que regressaram às provas da UEFA, os guerreiros já arrecadaram 49,55 milhões de euros, pelo que, em caso de sucesso no play-off com o Sheriff, passarão a barreira dos 50 milhões de euros, pois o prémio de apuramento vale 1,2 milhões.
Neste período, que vai na sétima época, a melhor prestação desportiva rendeu 5,65 milhões, mas como entretanto a UEFA reviu em alta a atribuição de verbas, o Braga conseguiu ganhar mais dinheiro, com menor rendimento, destacando-se 2019/20, com Sá Pinto e Ruben Amorim, em que recebeu 11,2 milhões e caiu nos 16 avos de final.
Um terço do orçamento
Esta época, o Braga já atingiu a barreira dos 10 milhões de euros, contando os valores respeitantes à presença na fase de grupos (4,13 milhões), a performance (2,1 milhões), o segundo lugar no agrupamento (0,5 milhões), a redistribuição de verbas da UEFA (0,246 milhões) e o coeficiente a dez anos (3,036 milhões). Tudo somado dá uns trocos acima dos 10 milhões de euros, verba que garante cerca de um terço do orçamento da SAD para 2021/22.
Dado que iniciou essa época na Champions, 2010/11 continua a ser a que mais rendeu ao Braga (cerca de 16 milhões de euros). Para se aproximar deste valor, a equipa orientada por Carlos Carvalhal tem de chegar, pelo menos, às meias-finais. Mas, para já, vai procurar quebrar a malapata de não aceder aos oitavos.
Verbas da UEFA nas últimas sete temporadas
2015/16 - 5,65 milhões de euros
2016/17 - 5,7 milhões de euros
2017/18 - 7,1 milhões de euros
2018/19 - 0,8 milhões de euros
2019/20 - 11,2 milhões de euros
2020/21 - 9,1 milhões de euros
2021/22 - 10 milhões de euros (até ao momento)
Entre as duas faces do conflito russo-ucraniano
Comitiva bracarense vai lidar com fações opostas das hostilidades
O charter com a comitiva do Sporting de Braga, fretado a uma companhia maltesa, aterrou ao início da noite em Chisinau. Frio e uma temperatura de dois graus positivos, receberam os guerreiros do Minho na capital moldava, após quase cinco horas de um voo tranquilo, desde o Aeroporto Francisco Sá Carneiro. Um dia longo, que começara com um treino matinal na "pedreira", seguido de almoço e viagem de autocarro até Pedras Rubras.
Para assegurar melhores condições de alojamento, o Braga seguiu, de imediato, para Tiraspol, capital da Transnístria, território pró Rússia, autoproclamado independente, sem reconhecimento internacional, a 80 quilómetros de distância. Esta primeira deslocação obriga a cumprir dois controlos fronteiriços.
Esta quarta-feira, o plantel realiza o treino de adaptação ao estádio do Sheriff e Carlos Carvalhal aborda a partida, em conferência de imprensa. O regresso a Portugal está marcado para sexta-feira, num voo charter entre Chisinau e o Porto.
O Braga está na Moldávia em plena fase do conflito russo-ucraniano, sabendo-se que o país faz fronteira com a Ucrânia, distando cerca de 300 quilómetros de Chisinau. Na primeira visita de sempre ao mais pobre Estado da Europa, o emblema minhoto vai lidar com as duas faces do conflito, procurando alhear-se das hostilidades, embora se trate do assunto dominante.
Carlos Carvalhal trouxe à Moldávia 24 futebolistas. O técnico não conta com Diogo Leite, castigado, mas chamou David Carmo à convocatória. O jovem central regressa um ano depois aos eleitos, após recuperar de uma grave lesão sofrida num jogo da Taça de Portugal com o F. C. Porto. "É bom voltar a ver o meu nome na convocatória, vou dar tudo para ajudar", disse o defesa central na chegada à Moldávia.