Bruno de Carvalho fala em momento triste sobre decisão de ilibar Pinto da Costa
O presidente do Sporting considerou esta quinta-feira que a decisão do Conselho de Disciplina (CD) da Federação (FPF) de ilibar o presidente do FC Porto, Pinto da Costa, é "um momento triste" para o futebol português.
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"Infelizmente não é nada que não estava à espera. É um dos casos mais vergonhosos que termina assim. É um momento muito triste para o futebol português", disse Bruno de Carvalho, em declarações à Sporting TV, sobre a decisão do CD da FPF de arquivar um dos processos do caso designado como "Apito Final", que envolvia o presidente portista.
O responsável máximo pelo clube de Alvalade não tem dúvidas: "Os portugueses já perceberam o que se passou, toda a gente teve acesso às escutas telefónicas e elas são claras. O futebol está sempre a dizer que não quer intromissões da justiça civil, neste caso houve uma decisão técnica em que o tribunal civil não permitiu validar as escutas e o futebol agarra-se a um decisão de um tribunal civil para ilibar uma pessoa que toda a gente sabe o que fez".
Bruno de Carvalho garantiu que a decisão do CD não vai alterar a postura do Sporting, que irá "continuar a pugnar pela verdade desportiva e por uma estratégia de mudança no sistema" que vigora no futebol português.
"Tenho pena que o Conselho de Disciplina tenha decidido tão mal, porque tira credibilidade ao futebol português e prejudica a sua imagem a nível internacional. Lá fora vemos dirigentes, árbitros e jogadores punidos e só em Portugal é que existe esta imagem do vale tudo", disse o presidente "leonino", para quem esta decisão "é uma vergonha para o desporto português e para Portugal".
A possibilidade de Pinto da Costa vir a receber uma indemnização no âmbito deste processo, deixa Bruno de Carvalho indignado: "Vamos ver se este senhor não tem a veleidade de pedir uma indemnização com juros a ser paga pelo povo português. Seria impensável e muito triste para o futebol. As pessoas já estão habituadas, mas eu não e vou continuar a lutar contra isto".
Pinto da Costa foi absolvido na terça-feira da acusação de corrupção, em relação ao encontro entre o FC Porto e o Estrela da Amadora, referente à época 2003/04, naquele que foi um dos processos do caso "Apito Final" e que ficou conhecido como o "caso da fruta". O Conselho de Disciplina da FPF decidiu absolver o presidente portista "da prática da infração disciplinar muito grave de corrupção na forma tentada".
O árbitro Jacinto Paixão, que dirigiu a citada partida, bem como os respetivos árbitros assistentes foram absolvidos da prática de "infração disciplinar muito grave de corrupção da equipa de arbitragem."
Esta decisão já era aguardada, depois de o Tribunal Administrativo de Lisboa ter considerado no início do corrente ano que os factos apreciados com base nas escutas telefónicas nos processos disciplinares em causa não tinham validade, anulando a decisão proferida pelos órgãos jurisdicionais das instâncias desportivas.