Na noite desta terça-feira, Bruno Lage foi despedido do comando técnico do Botafogo. Com apenas quatro vitória em quinze jogos, depois de Benfica e Wolverhampton, o técnico luso somou a sua terceira demissão da carreira como treinador principal.
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Depois de vários anos a exercer funções como adjunto e treinador de formação, a carreira de Bruno Lage não tem corrido de feição. Nesta terça-feira, o português abandonou o leme do Botafogo, naquela que foi a terceira demissão, à terceira experiência como técnico principal.
Conhecido como o “herói da reconquista”, Lage conquistou um campeonato nacional e supertaça ao serviço do Benfica. Aquando do despedimento de Rui Vitória, em 2018/19, o até então treinador da equipa B dos encarnados foi o eleito, por Luís Filipe Vieira, para comandar as águias. Um ano, cinco meses e 22 dias depois, já na época seguinte, os maus resultados ditaram a sua saída pela “porta pequena”.
Em 2021/22, agora no estrangeiro, ao serviço dos ingleses do Wolverhampton, conquistou um décimo lugar na Premier League. No entanto, na segunda época ao serviço dos lobos, como aconteceu em Portugal, o treinador luso voltou a não mostrar consistência. Com apenas uma vitória em oito jogos, no arraque da edição 2022/23 da principal liga inglesa, o setubalense foi demitido.
Já a 8 de julho deste ano, Bruno Lage voltou a assumir funções como treinador principal do Botafogo, desta feita para suceder ao compatriota Luís Castro, que entretanto se mudou para o futebol saudita e assumiu o comando técnico do Al-Nassr de Cristiano Ronaldo e Otávio. O Botafogo, na altura, liderava o Brasileirão com 13 pontos de vantagem sobre o segundo classificado. Agora, depois de só ter vencido quatro dos 15 jogos que disputou, o Fogão viu esta vantagem ser reduzida para sete pontos. Com ainda 13 jornadas por disputar, o presidente do emblema carioca John Textor rescindiu contrato com o antigo treinador do Benfica.
“O Botafogo destaca o profissionalismo, o caráter e o comprometimento de Bruno Lage no período em que defendeu a camisa alvinegra e fez parte da família. Apesar do início do treinador, com 10 jogos de invencibilidade, os últimos resultados não foram os esperados. Fica o agradecimento do Clube a Bruno e a toda a sua comissão técnica pelos serviços prestados ao Glorioso ao longo dos últimos meses, desejando muito sucesso em seus futuros desafios”, pode ler-se no comunicado oficial do clube.
No último mês, a insastifação já se fazia sentir entorno de Bruno Lage. Depois da derrota frente ao Flamengo, por 2-1, em casa, Bruno Lage colocou o lugar à disposição após indagar a enorme pressão que sofria. Mais tarde, o português afirmou que tudo não passava de uma “estratégia” para unir os adeptos. O empate caseiro diante do Goiás, a uma bola, em que Lage foi vaiado e chamado de “burro”, foi o limite para um “problema” que começou muito antes.
A venda de Gustavo Sauer, extremo influente da equipa, para o Rizespor da Turquia, a má gestão no grupo – utilizou os jogadores reservas na eliminação da Taça Sul-Americana-, a adaptação de Tchê Tchê a posições mais defensivas e a não titularidade de Tiquinho Soares, antigo avançado do F. C. Porto, melhor marcador da equipa e do campeonato brasileiro, no último jogo, são apontadas pela imprensa brasileira como as causas da saída do treinador português.
Bruno Lage deixa o Botafogo ainda na primeira posição do Brasileirão, com mais sete pontos do que o Bragantino de Pedro Caixinha. O português, que tinha contrato até ao próximo mês de dezembro, irá receber uma indemnização de cerca de 740 mil euros. Para já, em informação avançada pelo clube, Lúcio Alves assume o comando da equipa.