A reunião realizada, segunda-feira à noite, entre sócios do Arouca e elementos da Câmara Municipal, ditou como conclusão a intenção de o clube continuar a usar o Estádio Municipal, mas "dentro da lei".
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Em encontro que decorreu no salão nobre da Câmara Municipal, a autarquia entende que o clube deixou de ser uma associação quando criou a Sociedade Desportiva Unipessoal por Quotas (SDUQ), que a Liga exigiu aos clubes dos escalões profissionais, o clube não concorda e alega que esta sociedade é detida exclusivamente pela associação FCA (Futebol Clube Arouca).
"A lei de 16 de janeiro de 2007 é injusta", reconheceu Artur Neves, presidente da Câmara Municipal, acrescentando: "O Governo pode apoiar a seleção nacional, contudo, as câmaras ficam impedidas de apoiar, direta ou indiretamente, os clubes. O que a seleção nacional representa para o país, o FCA representa para Arouca. Tomara podermos ajudar, mas não podemos contrariar a lei, porque todos nós - vereadores - somos responsabilizados individualmente e criminalmente".
A solução apontada por Artur Neves, que não quer "que o clube saia do estádio", passa por a direção assinar a nova proposta de protocolo.
Alguns sócios questionaram o motivo pelo qual o novo protocolo só foi apresentado em novembro, quando a SDUQ foi criada em junho, e deram algumas sugestões que minimizem o impacto do novo protocolo.
O autarca reconheceu que a Câmara "devia ter atuado mais cedo", mas que atuou "quando os serviços jurídicos deram a informação de que não estava em conformidade".
Na qualidade de sócio, Joel Pinho, também diretor desportivo do FCA, acusou a Câmara de ter criado instabilidade nos adeptos e provocado a derrota com a Académica (por 3-0). Joel Pinho avisou ainda que se o contrato assinado, e com validade até 2016, "está ou não em vigor, serão instituições superiores ao FCA e à Câmara que vão decidir", numa alusão aos tribunais.
O presidente da Câmara diz lamentar se o diferendo tiver de ser decidido nos tribunais, contudo, reitera que não vai violar a lei e divulgou que sobre os apoios ao clube existem já duas queixas no Ministério Público contra a autarquia: uma da Assembleia Municipal de Arouca e outra de um cidadão anónimo.