Portugal dá a volta a desvantagem de dois golos e bate a Sérvia no arranque do Europeu 2022. Desacerto nos minutos iniciais compensado com segunda parte a roçar a perfeição.
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Chegou a ameaçar ser uma entrada dececionante, mas no final - que em boa verdade é o que interessa -, acabou por se revelar um arranque digno de verdadeiros campeões. Esta quarta-feira, em Amesterdão, Portugal abriu alas para o Europeu 2022 e também para o grupo A (onde está inserido), ao vencer a Sérvia (2-4) com direito a reviravolta.
Quando se começa uma competição em que o estatuto de campeão nos pertence, por muito que se tente negar, a camisola acaba por pesar sempre mais. E no caso da seleção nacional - atual campeã da Europa e do Mundo - os minutos iniciais foram uma espécie de mini pesadelo. Primeiro porque começou praticamente a perder, depois de Prsic ter convertido da melhor forma, ainda no minuto inaugural, um penálti cometido de forma infantil por André Sousa. E depois porque a reação tardou tanto em chegar que seis minutos depois, o capitão da sérvia voltou a fazer o gosto ao pé, novamente num lance em a defesa lusa ficou mal na fotografia.
Só que na infelicidade surgiu, como em tantos outros momentos recentes, a voz de comando. Jorge Braz parou o cronómetro, chamou os jogadores à terra e a resposta surgiu quase de forma imediata. Pauleta meteu a "redondinha" lá dentro (11m), quebrou aquele que parecia o enguiço e, desde então, foi sempre a desbravar caminho. A fazer por isso, o empate chegou muito perto do intervalo, com Zicky Té a trabalhar bem o lance e a assistir para Pany Varela.
Sem espaço para erros, a segunda metade deixou claro que quando a máquina portuguesa começa a carburar é praticamente imparável. Melhor em todos os momentos, os golos surgiram de forma natural - Afonso Jesus (26m) e Tomás Paçó (27) - e acabaram por confirmar o arranque perfeito. O próximo teste está marcado para domingo (16.30 horas), frente aos anfitriões Países Baixos.
"Percebemos que estávamos no fundo da montanha e tínhamos de trepar"
"Eu não estava a ver Portugal, a equipa de que tantas pessoas se orgulha. Muitas hesitações, pouca intensidade ofensiva, poucos cortes, não explorámos o que preparámos tão bem. Depois voltámos ao jogo. Sabemos que nestas competições há bons e maus momentos, já passámos por este e fico muito feliz por esta capacidade de resiliência. Percebemos que estávamos no fundo da montanha e tínhamos de trepar. Não estou satisfeito com a entrada em jogo, mas pelo que conseguimos", disse Jorge Braz, selecionador nacional, ao mesmo tempo que reconheceu que "no primeiro jogo existe sempre alguma hesitação, muita ansiedade, nem sempre decidimos bem. A Sérvia entrou a ganhar, mas nós permitimos isso".