Estrangeiros receberam indicações de segurança e edifícios dispõem de quartos reforçados, que funcionam como búnquer.
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Em Israel, a hora é de regresso para a maioria dos jogadores estrangeiros, que tinham abandonado o país, mal o conflito com o Hamas rebentou. Cerca de um mês depois, a situação é incomparável com o que se vive na Ucrânia, apesar de tudo, com o conflito armado centrado junto à faixa de Gaza, ainda que o Hamas procure destabilizar várias zonas do território com os seus ataques. A Norte, os israelitas continuam a ripostar às ações do Hezbollah, mas também aqui o futebol vai procurando adaptar-se.
No fim de semana passada o campeonato reatou, mas num cenário diferente. “Estou cá desde sexta-feira e ainda não tive qualquer problema. Recebemos algumas indicações das autoridades no caso de acontecer alguma coisa para nos protegermos. Aqui, em Telavive, praticamente todas as casas têm uns quartos, que são uma espécie de búnquer, que funcionam como abrigos. É tudo reforçado, com duas portas. O centro de treinos e o estádio também têm esses quartos”, contou Kiko Bondoso, jogador português do Maccabi Telaviv.
O jogo de domingo, contra o Hapoel Katamon decorreu sem adeptos nas bancadas. “Jogámos à porta fechada, para evitar aglomerações. Mas em termos de segurança, vivo a 20 minutos do centro de treinos, e não tenho notado nada de especial. Estamos um pouco afastados da faixa de Gaza. Não noto que tenha mudado grande coisa, mas tentamos abstraír-nos do que está a acontecer”, acrescentou o antigo jogador do Vizela.
Kiko Bondoso tem treinado todos os dias desde que chegou ao país e reconhece que tem sido inevitável ver imagens do conflito nas televisões e nos jornais. “Mas ainda não testemunhei nada”, garantiu. “Também vamos ter uma série de 13 jogos em pouco mais de mês e meio e, como estamos afastados da cidade, no centro de treinos, vamos tentando abstrair-nos da guerra e focarmo-nos apenas no futebol”, acrescentou.
Para trás ficaram dias de incerteza, quando o conflito rebentou e o extremo se viu obrigado a abandonar o país. “Ao contrário de outros, o Maccabi Telaviv colocou tudo à nossa disposição para que os estrangeiros pudessem abandonar Israel. Agora estamos de volta e só espero que isto se mantenha estável”, rematou.