Com Marítimo, Nacional e Santa Clara na Liga 2, equipas do Continente ganham almofada financeira. Emblemas do segundo escalão pagam a fatura
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A próxima edição da Liga não vai contar com nenhum clube das ilhas, o que permitirá cortar no orçamento das deslocações, pelo menos, 40 a 60 mil euros. A esta poupança que os clubes vão fazer juntam-se menos umas boas dores de cabeça provocadas pela logística de uma viagem às ilhas, que obriga quase sempre a muita ginástica para conjugar as datas dos jogos com as reservas dos voos e hotéis, sobretudo quando as jornadas coincidem com datas festivas. "A marcação dos jogos é feita com alguma antecedência, mas as ilhas são sempre um problema quando se está perto do Natal, passagem de ano ou da Páscoa, pelo que marcar viagens para essas jornadas torna-se sempre complicado. Por vezes é preciso arriscar e fazer reservas com algum tempo de antecedência para se conseguirem preços melhores", explica, ao JN, Marco Carvalho, diretor-geral do Rio Ave.
Sem apoios da Federação, os clubes têm um desconto quando viajam pela TAP, que raramente conseguem aproveitar. Os horários dos voos não abundam e a oferta hoteleira, sendo a Madeira e os Açores destinos turísticos por excelência, inflacionam os preços. Para quem viaja do Norte acrescenta-se a preocupação de evitar ir por Lisboa.
Reverso da medalha
Se os clubes da Liga poupam com esta mudança geográfica, o mesmo não acontece no segundo escalão, onde o orçamento das deslocações promete pesar até 90 mil euros. A prioridade são os voos "low cost", apesar dos constrangimentos com a bagagem. Mas são frequentes cortes na comitiva ao mesmo tempo que se procuram hotéis mais em conta e se reduzem extras alimentares ou de transportes. De qualquer forma, com três clubes das ilhas e jornadas que acabarão por coincidir com épocas altas, em alguns casos, será de prever que os orçamentos dos emblemas da Liga 2 pesem um pouco mais no capítulo das deslocações, multiplicando facilmente por três as despesas de uma viagem que não for feita em voos "low cost" e datas festivas.
Em relação aos clubes das ilhas, a lei-quadro de apoio ao desporto das regiões autónomas prevê uma verba de 40 mil euros anual para ajudar nas viagens.
Apoios
Federação ajuda na Liga 3, CP e Taça de Portugal
Se no futebol profissional, as despesas de uma deslocação às ilhas dependem exclusivamente dos cofres dos clubes, no caso dos que competem na Liga 3, Campeonato de Portugal (CP), ou na Taça de Portugal, a Federação Portuguesa de Futebol contribui com uma verba de 5.600 euros por cada viagem à Madeira, e cerca de 6 mil euros para os Açores. Também aqui, os clubes "jogam" com os elementos da comitiva e procuram uma estadia mais adequada ao dinheiro disponível para limitar as despesas.