Conceição: “Contra nós, as equipas aumentam a agressividade”

“Podemos esperar um F. C. Porto a fazer coisas diferentes do que fizemos no último jogo da Taça da Liga, porque no do campeonato tivemos muitas situações para ganhar confortavelmente. Queremos fazer mais e melhor do que nos últimos jogos com o Estoril”, assumiu Sérgio Conceição, assumindo que vê alguma diferença de atitude nos adversários quando defrontam os dragões. 

“Contra nós, as equipas mudam a estrutura defensiva, aumentam a agressividade – e isto não é uma crítica, temos os dados estatísticos de faltas nos nossos jogos e nos outros. Se a atitude, intensidade e agressividade boa estiveram lá, acaba por fazer a diferença. Normalmente, quem ganha mais duelos ganha os jogos. Essa é a base, depois uma ou outra situação no nosso jogo e temos de ter atenção algumas situações frente ao Estoril, até porque tem um grupo de qualidade. Desde outubro só perderam com o Braga e o Sporting, mas nós como F. C. Porto temos de pensar especificamente no jogo e sermos mais competentes”, acrescentou o técnico, antes de voltar a comentar as vaias de que a equipa foi alvo por parte dos adeptos, após o empate frente ao Boavista. 

“O apoio dos adeptos é fundamental e tem sido total, ao longo da época e nos 33 anos que tenho de casa. Muito apaixonados pelo clube, a quererem vitórias em todos os jogos. Apoiaram do primeiro ao último minuto, o que é de louvar, e é o que esperamos amanhã na Amoreira. O jogador profissional tem de ouvir aplausos, assobios e alguns nomes que saem da bancada. Não é só o F. C. Porto. Quando se ganha é tudo bonito e bom”, defendeu, antes de voltar ao assunto quando questionado sobre o momento que os azuis e brancos atravessam. 

“Também não vou falar das 17 vitórias seguidas, que são recorde na Taça, quer dizer falei agora. Há coisas a melhorar? Obviamente que sim, somos uns eternos insatisfeitos, podemos fazer mais e melhor. Se as oportunidades falhadas por centímetros [no Bessa] tivessem entrado, tínhamos ganhado por dois ou três e não ouvíamos o ‘palhaços, joguem à bola’. Estamos a cinco pontos do líder do campeonato, queremos estar em primeiro, queremos, mas estamos nas 16 melhores equipas da Europa e vamos receber os rivais em nossa casa”, recordou. 

A propósito de Nico González, que voltou a ser utilizado frente ao Boavista, Conceição fez uma distinção entre contratações e reforços: “O processo de adaptação e evolução é analisado pela equipa técnica. Posso não entender nada de treino, mas ando aqui há muito tempo e sei ver a evolução do jogador. O Iván Jaime, por exemplo, esteve dois meses parado, não fez pré-época. Voltou há duas ou três semanas: metê-lo de início para ao fim de meia hora não poder jogar mais… As pessoas não conhecem alguns pormenores. Quando eles estão prontos e bem, e percebem o que queremos dele, fica mais fácil metê-los na equipa. Uma coisa é ter contratações, outra coisa é ter reforços. São, mas a seu tempo. Gostaria de ter Ronaldo, Messi, nos seus melhores anos, isso eram reforços. Isto acontece em todas as equipas, o adepto tem muita pressa, porque os jogadores tiveram sucesso noutras equipas, mas os objetivos são outros. Com todo o respeito, o Iván Jaime era do Famalicão, o Nico tinha poucos minutos no Barcelona. Metê-los só para ser simpático para as pessoas… não é por aí. Os sócios e adeptos não têm mais vontade de ganhar do que eu, podem ter a mesma, mas não têm mais”, garantiu. 

Depois de comentar o menor rendimento recente de Galeno – “não é culpa dele, é culpa do treinador. A culpa é sempre do treinador” -, o técnico voltou ao Bessa para um curto comentário sobre a grande penalidade que terá ficado por marcar por falta sobre Eustaquio: “Os lances nos jogos passados são vistos e revistos e não há margens para dúvidas. Há é que desejar que a equipa de arbitragem seja feliz no jogo de amanhã”.