Treinador do F. C. Porto não quis falar do dérbi lisboeta de domingo, mas não fugiu à questão sobre os maus resultados da equipa da Luz, sobretudo na Liga dos Campeões.
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"O meu foco é o jogo com o Vitória. Não gosto muito dessas discussões na praça pública, mas há momentos em que estamos na mó de cima e toda a gente é elogiada. Depois, quando há um ciclo negativo, a culpa é sempre do mesmo. Foi sempre assim. Também já passei por situações destas. É o futebol", afirmou Sérgio Conceição, referindo-se às críticas que se abateram sobre o técnico do Benfica, Roger Schmidt, após a derrota com a Real Sociedad, na passada quarta-feira.
Sobre os assobios que se ouviram no Dragão nos dois últimos jogos, primeiro na derrota com o Estoril e depois em alguns momentos da receção ao Antuérpia, Conceição teve uma resposta curiosa. "Se eu estivesse na bancada e visse os erros que cometemos com o adversário em inferioridade numérica, se calhar também dava uma assobiadelazinha... Houve alguma impaciência das bancadas, mas os adeptos não querem saber quais são as caraterísticas dos jogadores que estão em campo, se os médios vêem a baliza ou se passam a bola a quem está nos corredores laterais. Querem é ver a bola na rede. Eu também quero, por isso é que às vezes me dá vontade de assobiar no banco também. Umas vezes para os adeptos, outras para a equipa, outras para mim próprio", referiu.
"No F. C. Porto, há obrigatoridade de ganhar e de jogar bem, porque se isso não acontecer [os adeptos] não vão compreender. O que me preocupa são os erros defensivos e alguma falta de eficácia. Temos de corrigir isso e perceber o que fazemos bem e menos bem. Eu nem falo dos jogadores ausentes [por lesão]. Falei uma vez [após o jogo com o Estoril] e massacraram-me. Iam-me matando, mas não conseguem. É difícil. [...] Nos últimos oito jogos em fases de grupos da Champions, ganhámos sete. Não podemos estar sempre a desvalorizar o que fazemos de bom e a valorizar o que fazemos de mau. Se a equipa não aprendeu com o que se passou na primeira volta do campeonato passado? Não jogamos sozinhos. Os adversários têm mérito. O Arouca fez um jogo muito competente no Dragão e o Estoril terá feito a melhor exibição da época contra nós", acrescentou.
Em relação às exibições de David Carmo, com falhas e muitos cartões amarelos à mistura, o treinador dos dragões passou confiança ao central: "A melhor maneira de tranquilizar é trabalhar os aspetos em que não se está tão bem. No Braga, ele jogava num sistema de três centrais em que um ou outro erro não se notava tanto. Um central do F. C. Porto está sempre mais exposto do que numa equipa diferente da nossa. É preciso receber os assobios, ver um amarelo de vez em quando e não parar".