Técnico portista afirma que este é um "ano difícil" para o clube azul e branco. Não entende a incompreensão com a chegada de Francisco Conceição
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Na antevisão do jogo com o Estrela da Amadora, Sérgio Conceição foi questionado sobre a expulsão na Supertaça, que acarretou uma suspensão de quatro partidas, e explicou o que aconteceu em Aveiro.
"Houve uma falta que nós entendemos que não era, protestámos no banco e houve um cartão vermelho mostrado a 20 ou 30 metros. Não sabia que era para mim. Fui expulso, já passou", afirmou, justificando com o feitio algumas atitudes que tem no banco: "Sou genuíno e digo aquilo que sinto. Visto agora, mais friamente, talvez mudasse alguns comportamentos, mas naquele momento foi o que foi. A minha vida sempre foi de luta. Não gosto de perder. Penso que nenhum treinador gosta".
Numa longa conferência de imprensa, Conceição não quis alongar-se sobre os ataques dos rivais a Mehdi Taremi, dizendo que "as únicas críticas" que interessam ao avançado são as do próprio treinador, e também não quis falar das polémicas do VAR: "Tenho de ter muito cuidado com o que digo aqui".
Sobre o mercado e a possibilidade de ter um plantel mais competitivo do que o da época passada, não fez balanços. "Foi o que tentamos fazer, dentro das possibilidades do clube. Vamos começar a jogar de três em três dias e precisávamos de mais soluções. Houve polémica sobre a chegada do Francisco Conceição e muita gente a dizer que não compreendia, mas eu não compreendo a incompreensão. É um jogador irreverente, que desequilibra, precisávamos de mais opções para as alas. Além disso, já conhece a nossa forma de trabalhar, ama o clube, a cidade e veio a custo zero. Se tivermos de acionar a cláusula, será bom sinal", referiu, sublinhando que "foi difícil perder um jogador com a qualidade de Otávio", ainda por cima "na véspera de um jogo".
Em relação ao aumento das compensações dadas pelos árbitros, o treinador afirmou que o tema dá "pano para mangas". "Era o que toda a gente andava a pedir. O F. C. Porto é a equipa cujos jogos têm menos tempo útil. Isso é sintoma de alguma coisa. Não digo que as equipas só façam antijogo contra nós, mas em termos de ritmo de jogo, de intensidade, tudo aquilo que nós somos enquanto equipa, fica mais difícil", disse, reconhecendo que os dragões têm jogado "pouquinho", sobretudo "nas primeiras partes", e que têm de melhorar.
"Esperava mais porque nós andamos sempre à procura do máximo. Podemos e devemos fazer mais [...] Mas estamos na quarta jornada. É bom que as pessoas percebam isso", salientou, acrescentando que "este é um ano muito difícil", relacionando-o com o período eleitoral no F. C. Porto que se vai viver em 2024: "Há gente a posicionar-se e temos de estar unidos. Se não estivermos, será ainda mais difícil".