O treinador do F. C. Porto, Sérgio Conceição, fez a antevisão do jogo deste sábado com o Marítimo, que marca a estreia dos dragões no campeonato. Depois de ter conquistado três títulos de campeão nas cinco épocas completas que passou no comando da equipa, o técnico garante que o favoritismo para a Liga 2022/23 é a dividir, em partes iguais, pelos três grandes do futebol português.
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"As expectativas são as de sempre, fazer um bom jogo e conseguir resultado positivo, que passa pela vitória. O Marítimo está com o Vasco Seabra desde a 10ª jornada, fez um excelente trabalho, recuperando do último lugar até ao 10º. É uma equipa competitiva, bem organizada, que sabe bem o que tem a fazer nos diferentes momentos de jogo. Estamos preparados. Temos de olhar para o adversário com respeito, mas sobretudo para nós", analisou Conceição.
O F. C. Porto confirmou, na quinta-feira, a contratação de André Franco ao Estoril, por quatro milhões de euros, e o treinador dos azuis e brancos mostrou-se satisfeito pela escolha, mas pediu tempo para a adaptação do médio.
"Em relação ao mercado, temos de olhar, cada vez mais, para jogadores que sejam jovens, com talento e do mercado interno. Aproveito para desejar felicidades ao Franco no seu trajeto, que agora vai ter uma exigência diferente. Mas temos consciência que os jogadores jovens, à semelhança do Gabriel [Veron], têm tempo de adaptação. Temos, no mínimo, 44 jogos e, em todas as competições, queremos ser muito competitivos e ir o mais longe possível. Por isso, temos plantel recheado com jogadores que garantam competitividade. Tirando algumas equipas que se dão ao luxo com jogadores que encaixam imediatamente, para os outros é mais difícil", analisou.
Com o arranque da principal competição nacional, Sérgio Conceição foi questionado sobre se o escudo de campeão nacional dá mais favoritismo em relação aos rivais e foi claro na resposta: "Obviamente que há favoritos neste campeonato, são os históricos três grandes e, claro, também incluo o Braga numa eventual luta. Não temos vantagem por termos três títulos em cinco anos. Fazem parte do passado, o importante é olhar para esta maratona e acho que estamos todos em pé de igualdade. Não é o peso da camisola que vai decidir alguma coisa neste campeonato, é o que fizermos em campo. O que passou, passou".
"Somos campeões e temos de defender o título. Fiz a análise com os jogadores sobre o facto de ganharmos ano sim, ano não. Fizemos sempre pontuações excelentes, mas as campanhas não o foram, porque não ganhámos cinco em cinco. Tirámos algumas coisas importantes dos campeonatos que não ganhámos para não as repetir", acrescentou.
Tranquilidade para Namaso
Sérgio Conceição voltou ao jogo do último fim de semana, frente ao Tondela, que valeu a conquista da Supertaça, para abordar o facto de ter apostado num 4-4-2 losango, uma das nuances táticas que se podem esperar para esta temporada.
"Teve a ver com o que foi trabalhado em função do jogo. Jogámos em diferentes sistemas e, dentro disso, há muitas variantes. Fazemos questão de dar coisas novas aos jogadores. Temos de nos reinventar todos os anos, não só no plano mais tático, mas também a nível de discurso e motivação de balneário. Olhar para os jogadores, perceber quem está melhor e definir a estratégia em função da nossa equipa e, claro, olhando para o adversário, percebendo o que tem de forte e menos bom", referiu, antes de ser questionado se Danny Namaso, que se estreou a titular, pode ser um "joker" nesta mudança de sistema.
"Acho que não devemos ter duas perguntas sobre um miúdo que vem da equipa B e só fez um jogo na principal. Não o devemos pôr nos píncaros... há uma transição da B para a principal, fez uma excelente pré-época e fez todo o sentido que jogasse contra o Tondela. Agora há um período de adaptação e não é falar dez minutos sobre ele que o vai ajudar. Temos de o deixar trabalhar de forma tranquila, sem estar tranquilo - para que não haja relaxamento. Temos de estar sempre no red line", pediu Conceição, antes de comparar os números de Namaso com outro muito especial.
"Um jogo na carreira de um jogador não é nada, agora dois mil como faz o nosso presidente já é qualquer coisa. Obviamente que fico contente, porque é o 10º ou 11º primeiro jovem que lançámos, mas vamos deixar o Namaso tranquilo e olhar para todos os Namaso da equipa", acrescentou Conceição, totalmente tranquilo com o facto de Cláudio Ramos ser o número 2 da hierarquia dos guarda-redes depois da saída de Marchesín para o Celta de Vigo.
"A saída do Marche foi o que foi, quero sempre ter mais soluções, mas há outros fatores num clube que eu não posso controlar. O Cláudio é um excelente profissional, trabalhou sempre de forma incrível e provou isso quando jogou. Quem anda a passear no treino não o consegue fazer", finalizou o treinador dos dragões.