Sem hipóteses de apuramento na Taça da Liga, o treinador do F. C. Porto garante uma equipa para ganhar, esta quarta-feira, ao Rio Ave, mas assume que vai fazer a gestão do plantel, porque o foco já está na 15.ª jornada do campeonato.
Corpo do artigo
"A preparação deste jogo foi diferente, porque esta é um cenário novo para nós, porque estamos fora da competição. Estou muito focado no jogo de Vizela, mas temos de representar F. C. Porto num jogo oficial. Temos de ser sérios e prepará-lo da melhor forma para ganhar. Mas assumo que amanhã vou fazer gestão de jogadores com alguma fadiga", afirmou Sérgio Conceição.
"Tenho uma dificuldade muito grande em estar a competir sabendo que, infelizmente e apesar de alguns adeptos até desvalorizarem esta competição, estamos de fora. E eu queria muito ganhar: é um título e era um objetivo no início da época. Espero ganhar o jogo, primeiro, e depois dar alguns minutos a jogadores menos utilizados para estarem mais preparados. O jogo dá coisas que o treino não dá", explicou o técnico.
Se as atenções estão viradas para Vizela, desengane-se, no entanto, que o clássico com o Benfica, da Taça de Portugal, agendado para dia 23, entra nestas contas. "Não, nada disso. Zero. O mais importante é o jogo com o Vizela. Temos de pensar em algumas questões como as lesões, mas não podemos preparar o jogo a médio prazo. Sem tirar, atenção, a importância do jogo de amanhã. Entramos sempre para ganhar, vamos ser competitivos para ganhar o jogo e honrar o símbolo que temos na camisola. Fica mal dizer isto - de não pensar só no próximo jogo -, mas estou a pensar em dois ao mesmo tempo", assumiu.
Com Pepe e Marcano lesionados, sobram dois centrais da equipa principal e Conceição assume que a posição foi debatida no princípio da temporada. "Obviamente [que preocupa]. Houve conversas com a Direção acerca daquilo que era o risco de ter quatro centrais, com o Pepe com 38 anos, o Marcano acima dos 30 e o Chancel, a 100%, mas em fim de contrato. Normalmente gosto de contar com cinco centrais e, agora, estamos num bocadinho curtos. O Fábio tem dado boa resposta e temos trabalhado alguns jogadores para serem adaptados a essa posição. É algo que me preocupa, claro, todo este contexto: um atleta 100% profissional como o Pepe tem tido lesões recorrentes e isso é difícil de controlar", referiu.
Duelo com a Lazio lembra Champions
Sérgio Conceição comentou o facto de o F. C. Porto jogar, agora, um futebol menos direto do que num passado recente e até recuperou o exemplo de Marega para explicar a diferença: "O meu trabalho é potenciar as qualidades dos jogadores e ter um 11, com algumas nuances, para desmontar as defesas adversárias. O F. C. Porto talvez jogue de uma forma mais elaborada, e estou à vontade para falar disso, mas a realidade é outra. Se não temos jogadores para jogar de forma mais bonita, para o adepto, o mais importante é sempre fazer golos e não sofrer. A forma como se chega lá pode variar. Por exemplo, o Marega tinha mais dificuldade em ligar o jogo e por isso era mais na profundidade, mas não depende só de um jogador: e convém não esquecer que é um dos melhores marcadores do Dragão, ganhou títulos e ajudou muito o F. C. Porto, apesar de ser mal-amado. Posso ter 11 focas a jogar e não vou ser campeão", referiu, antes de abordar a questão de Vitinha para explicar o trabalho que é, muitas vezes invisível.
"Vocês não sabem, mas o Vitinha que só jogava com bola no pé, fez 13 quilómetros neste último jogo. Os jogos são feitos de duelos e isso não é andar à porrada", afirmou, antes de comentar o sorteio do play-off da Liga Europa, que colocou a Lazio na rota dos dragões.
"Tenho alguma azia em falar na Liga Europa. Estou habituado à Liga dos Campeões, se me perguntassem diziam que este era um jogo de Champions: a Lazio é uma equipa forte. Como temos feito ao longo da história do F. C. Porto, a nível europeu, queremos mostrar a nossa força", finalizou Sérgio Conceição.