Clube já investiu mais de 150 milhões em novos jogadores, mas precisa de aliviar folha salarial para poder inscrevê-los.
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A 5 de agosto de 2021, o Barcelona via-se (supostamente) obrigado a abrir mão de Lionel Messi. Em fim de contrato, o maior jogador da história do clube tinha que sair porque não havia dinheiro para lhe pagar, apesar de ter tudo acordado para renovar, aceitando uma redução salarial de quase 50%. As regras apertadas da La Liga quanto ao rigor financeiro foi a justificação de Joan Laporta, na altura recém-eleito presidente.
O Barça tinha, e tem, a folha salarial mais alta do futebol espanhol e não podia acrescentar mais um cêntimo à lista. A isso, há que juntar dívidas que ultrapassam os mil milhões de euros. Crise financeira? Falência? Bancarrota? Um ano passou e o Barcelona é o clube que mais dinheiro gastou em contratações.
Talvez Messi, como muitas outras pessoas, se esteja a questionar: como é possível? A este propósito, Julian Nagelsmann, treinador do Bayern Munique, foi peremptório: "É o único clube que pode comprar jogadores sem ter dinheiro. É estranho". Neste defeso, Camp Nou recebeu Lewandowski, Raphinha, Koundé, Kessié e Christensen.
Ao todo, 153 milhões de euros e mais uns quantos em salários. As explicações para este "milagre" financeiro estão nas alavancas financeiras, que, resumidamente, permite aos clubes vender património e ativos de várias ordens, garantindo receitas extraordinárias que podem ser usadas para comprar jogadores, equilibrar as finanças, etc......Ou seja, abdica de potenciais receitas futuras (e, possivelmente, superiores) por proveitos imediatos. Graças a isso, o Barça amealhou nos últimos tempos cerca de 700 milhões de euros. Em troca, cedeu uma parte significativa dos direitos televisivos e vendeu uma percentagem da plataforma "Barça Studios".
Reforços? Ou não
O grande problema do Barcelona, portanto - e é isso que explica a saída de Messi -, não é falta de dinheiro para reforços, mas a elevada folha salarial que continua acima dos limites estabelecidos pela Liga espanhola. Por isso é que, ao mesmo tempo que faz contratações milionárias, o clube negoceia descidas salariais, rescisões de contratos, empréstimos e vendas de jogadores que não interessam a Xavi ou que tenham ordenados elevados ou que possam render um bom encaixe financeiro. Sem isso, não há reforços para ninguém. De acordo com o jornal "Marca", o Barça ainda não inscreveu Lewandowski, Raphinha ou Koundé e nenhum será opção na primeira jornada da liga se a folha salarial não for aliviada até lá.