Venda arrancou na quinta-feira, nas bilheteiras dos clubes participantes, e os adeptos mostraram que estão com fome de bola. Apresentação de certificado de vacinação ou teste negativo para a covid-19 são obrigatórios para recolher pulseira que dá acesso no sábado às bancadas do Estádio Municipal de Aveiro.
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Fila gigante para ver o campeão
Milhares de adeptos deslocaram-se na quinta-feira de manhã a Alvalade para adquirir bilhetes para a Supertaça. Os primeiros chegaram às cinco horas da manhã e a fila, por volta das 10 horas, tinha mais de 500 metros. A venda foi exclusiva para sócios com lugar anual e cada cartão válido apenas permitiu a compra de um ingresso. Como medida obrigatória, devido à covid-19, várias pessoas deslocaram-se, já depois de ter comprado bilhete, a outro ponto do recinto, onde recolheram uma pulseira, após prova de que estão vacionados ou mediante apresentação de um teste negativo. A pulseira pode ser adquirida até amanhã, dia do jogo.
Na fila, os sócios não se importaram de esperar horas pelo retângulo mágico, cujo preço variou entre 10 e 20 euros.
Ludovico Valente, de 73 anos, sócio há 53, chegou às oito horas e, após mais de duas horas de espera, teve direito à esperada recompensa. "É um momento especial porque há muito tempo que não vemos futebol. Ao vivo, tudo é diferente e podemos ver o campeão. Vou ao jogo acompanhado do meu filho e de dois amigos", afirmou ao JN.
Por seu lado, António Seabra, 19 anos, elogiou a organização. "Foi facílimo e tudo está bem planeado. Regressar a um estádio é uma sensação ótima. O último duelo que vimos foi com o Aves, na última época".
Febre da bola ataca os adeptos
As saudades são muitas e a corrida aos ingressos para o jogo que dita o primeiro troféu da temporada e que marca o regresso condicionado dos adeptos aos estádios em competições nacionais, começou cedo. Dos cerca de 3600 disponibilizados a cada clube, o Braga vendeu, até às 19h30, cerca de 1.400, sendo que, no primeiro dia, era apenas reservados a sócios com lugar anual e quota regularizada.
Três gerações de adeptos da mesma família foram dos primeiros sócios a sair com os bilhetes - e respetivas pulseiras que comprovam o cumprimento da situação sanitária - da loja do clube no centro da cidade. Vicente Carvalho e Rui Pimenta, avô e neto, já não vêem o Braga num estádio desde 22 de outubro de 2020, na receção aos gregos do AEK, na Liga Europa, pelo que a ansiedade, como conta Rui, 11 anos, é grande. O avô, sócio 1.707, admitia ao JN a "alegria e emoção" pelo regresso, ele que "só tinha falhado um jogo desde que o novo estádio foi inaugurado". "É muito tempo sem acompanhar ao vivo o nosso Braga", salientou. Carlos Ferreira, 26 anos, "há muito tempo" que não vai ao futebol: "faz falta, o "bichinho" do estádio já mexe".
Já João Barbosa, que considera que este regresso "podia ter acontecido muito mais cedo", estará no Municipal de Aveiro com a filha a torcer pela primeira Supertaça do Braga.