Candidato fala em decisão eleitoralista de Rui Costa e defende o nome de Jurgen Klopp.
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Cristóvão Carvalho, advogado e líder da lista "Pelo Benfica", foi o primeiro candidato às eleições no clube da Luz a defender que Bruno Lage não tinha condições para continuar. Critica a demora de Rui Costa em decidir, rejeita José Mourinho por não ser consensual e aponta Jürgen Klopp como treinador-âncora de um projeto europeu. Quer recuperar João Neves, financiar o clube com uma linha de crédito até 400 M€. Quer usar a BTV de forma disruptiva no processo da centralização e aposta na formação nas modalidades.
Foi o primeiro candidato a dizer que Bruno Lage não tinha condições. Rui Costa demorou a agir?
Disse, desde o início, que Bruno Lage não era o meu treinador porque todo o meu projeto se alicerça num Benfica europeu e, nesse perfil, o Bruno Lage não se encaixava. Isto arrastou-se tempo demais. Em quatro anos, vimos Rui Costa com muita dificuldade para decidir, amarrado a resultados e a treinadores. Se não houvesse eleições, receio que Rui Costa mantivesse o treinador.
O nome de José Mourinho faz sentido?
Mourinho tem currículo, mas custa muito e impõe condições. Não é consensual entre os benfiquistas. Contratar alguém por uma época, sem consenso, aumenta a pressão sobre a equipa e parece uma decisão eleitoralista. O nome que Rui Costa devia ponderar é Jurgen Klopp.
Rui Costa tem legitimidade para avançar com uma contratação destas?
Como presidente, tem legitimidade estatutária para contratar quem entender. Outra coisa é se faz bem ao Benfica. Uma contratação destas, a pouco mais de um mês das eleições, e sem alinhamento com os restantes projetos, será um erro.
Por que razão defende o nome de Jurgen Klopp?
É um treinador de campo, trabalha com uma equipa técnica forte, gosta de construir e alicerçar projetos. Disse numa entrevista que gostaria de treinar o Benfica, isso ficou-me na retina. Está sem treinar, o que facilita desvinculações. Se lhe apresentarmos estabilidade, confiança, solidez financeira e a possibilidade de construir uma equipa com capacidade, em 5 ou 6 anos, para jogar uma final europeia, acredito que teremos muitas probabilidades de o convencer.
Já falou diretamente com Jurgen Klopp?
Diretamente, não. Falámos com representantes, que nos transmitiram que se for apresentado um projeto sólido, há forte probabilidade de ele aceitar.
Não defende os regressos de Bernardo Silva ou João Félix, mas abre exceção para João Neves. Porquê?
Não sou adepto do regresso de quem fez o percurso e decidiu seguir carreira fora. São jogadores caríssimos e o Benfica não os deve contratar no final de carreira. João Neves é uma exceção. Se for presidente, farei tudo para o trazer de volta. Ele corporiza a alma benfiquista.
E como se vai financiar?
Negociei uma linha de crédito de 400 milhões de euros com três bancos europeus. Não é para levantar à cabeça, é uma linha até 100 milhões/ano, na taxa máxima de 3%. O objetivo é tirar pressão de tesouraria, baixar custos, aumentar receitas e, no máximo em dois anos, equilibrar.
Na centralização dos direitos televisivos, disse que levaria para a negociação a BTV. Como?
O Benfica tem de ser disruptivo e negociar com força própria. Se for um valor interessante, aceitamos. Se não for, o Benfica tem de ter capacidade para comprar direitos, inclusive aos outros clubes e vender os jogos na BTV, streaming, plataformas.
O que defende para as modalidades?
Temos gasto muito e com poucos resultados. Defendo dar um passo atrás, apostar mais na formação e concentrar um investimento forte em duas ou três. v