Nuno Gomes, uma das figuras da seleção portuguesa no Euro 2000.
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Nuno Gomes, quem diria? O avançado preferido de Humberto Coelho para o Euro 2000 é Pauleta. Só que o açoriano é expulso no último jogo de qualificação, com a Hungria, na Luz, e está suspenso. Entra o plano B, Sá Pinto. Só que o portuense lesiona-se no treino da véspera. Entra o plano C, Nuno Gomes.
O arranque com a Inglaterra é tudo menos prometedor. “Com 2-0 aos 20 minutos, lembro-me de questionar tudo aquilo e pensar ‘meu Deus, vamos levar um cabaz, uns cinco ou seis’. A verdade é que continuámos a jogar como até aí, sem alteração do nosso estilo, e chegámos ao 2-2 antes do intervalo.” O 3-2 é na segunda parte, passe de Rui Costa e finalização suave de Nuno Gomes, apesar de apertado por Tony Adams. “Ele entrou como se fosse vida ou morte, eu chuto e tiro logo o pé. Se não o tirasse, ainda ali estava.” Nos ¼ final, um bis à Turquia (2-0). Na ½ final, o 1-0 à França é aquele extraordinário remate com o pé esquerdo, sem hipótese para Barthez.
No Euro-2004, marca o golo salvador a Casillas (1-0 à Espanha no tudo ou nada ainda na fase de grupos). “Até é um golo que foge um pouco à minha maneira de jogar, porque respeitava as tabelas e o um-dois, sobretudo do Figo e do Rui Costa. Nesse instante, o Figo passa-me a bola e eu não respeitei o movimento dele, não respeitei o Figo nem respeitei ninguém. Aquilo nem é pensar pela minha cabeça, é só o meu instinto a funcionar. Às vezes, acusavam-me de ser altruísta demais. Foi um pouco por aí. Recebi a bola e percebi que os defesas estariam à espera que respeitasse o movimento do Figo. Vai daí, decidi ficar com a bola e atirei à baliza.” No Euro-2008, já como capitão, desarma a defesa alemã, nos quartos de final, e torna-se o primeiro português a marcar em três fases finais de Europeu. Que classe.