Pauleta, antigo avançado da seleção portuguesa.
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Pauleta é convocado para quatro competições seguidas, desde o Euro 2000 até ao Mundial 2006. Um sinal inequívoco de classe. Suplente de Nuno Gomes no Euro 2000, assume o nove no papel durante o Mundial 2002. E marca três à Polónia. “A euforia era tão grande que fiquei no estádio ate às duas da manhã para fazer o controlo anti-doping. Nunca me passava pela cabeça imitar aqueles jogadores que via pela televisão a marcar três golos num Mundial.”
Chega Scolari e a selecção ganha um novo alento. “Havia espírito de grupo, compromisso com a equipa, compromisso com o país. Mérito para o Scolari. Também podia falar da qualidade dos jogadores. Todos excepcionais, mas a qualidade esteve sempre lá, até em anos em que não íamos a lado nenhum. Ou até em anos em que as coisas não correram muito bem, como o Mundial 2002. Quando olhamos para trás e vemos os jogadores que ficaram de fora do onze, como Rui Costa e Barbosa, percebemos que devíamos ter feito um Mundial muito melhor.”
Seja como for, Pauleta faz o seu caminho sem fazer ruído. Tudo nas calmas. Dois golos ao Azerbaijão a abrir. “Foi em Guimarães e era aquilo que mais queria na vida; foi o momento mais feliz da minha vida.” Daí em diante, é um fartar de vilanagem. O tal hat-trick à Polónia, o póquer ao Kuwait, um golo à Rússia nos 7-1 em Alvalade, dois bis ao Luxemburgo e, voilà, o jogo da glória. No 3-0 à Letónia, o recorde de Eusébio é igualado (41) e, depois, batido (42). “Ele ligou-me logo, através do Carlos Godinho [histórico assessor e assessor histórico da federação] a felicitar-me. Quer dizer, receber uma chamada de um jogador que marcou a infância de qualquer jogador de futebol é demais.” Uns anos mais tarde, é Pauleta quem faz o papel de Eusébio. “Liguei ao Ronaldo e disse-lhe que ele tinha acabado de bater o recorde mais difícil da sua carreira.” Pauleta, craque até ao telefone.