Há 11 meses tudo era diferente. Em março de 2017, Mark McMorris, atleta de snowboard do Canadá, estava deitado na cama de um hospital com as costelas partidas e problemas nos pulmões. A luta não era por medalhas, mas pela própria vida. Um ano depois do acidente que quase lhe roubou a vida, McMorris regressou ao ativo e já conquistou uma medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Inverno, na Coreia do Sul.
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"Provavelmente nem deveria estar aqui, por isso, estou bem animado", disse McMorris poucos segundos depois de conseguir a medalha de bronze, em Pyeongchang. O snowboarder ficou atrás de Gerard, que terminou a prova com 87,16 pontos e do compatriota Max Parrot . "Eu tenho que me beliscar", brincou.
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A surpresa não era para menos. Este Mark, coroado agora de glória, é o mesmo que, em março de 2017, num domingo gelado, em Whistler, sofreu um acidente que o poderia ter matado. O jovem atleta, de 25 anos, estava a participar nas gravações de um filme, quando caiu brutalmente em cima de uma árvore, depois de um salto mal calculado.
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Teve que ser socorrido por helicóptero, quando mal respirava e os olhos teimavam em fechar. Esteve em coma durante dois dias. Sofreu uma série de hemorragias internas, partiu um braço, a pélvis e múltiplas costelas. Foi alvo de várias cirurgias para recuperar os ossos partidos, a rutura no baço e o pulmão que colapsou. A carreira, bastante promissora, ficou em suspenso, com os médicos a estimarem um tempo de recuperação nunca inferior a menos de um mês.
"Para ser muito honesto, tinha quase a certeza de que ia morrer", disse, uma semana depois do acidente.
A recuperação acabou por ser mais rápida do que pensou. Doze dias depois de entrar no hospital de Vancouver com um quadro clínico aterrador, regressou a casa. Mas as esperanças em voltar ao ativo, para fazer aquilo de que mais gostava, eram mesmo só isso. Meras esperanças.
Contudo, depois de ter trocado as voltas aos médicos, brincou com o destino que vaticinava o fim de carreira prematuro. Apenas seis meses depois do acidente traumático estava de regresso à neve. Em Pequim, na China, venceu o "Big Air World Cup" logo em novembro e já em 2018, em janeiro, acabou em terceiro nos "Winter X Games".
O capítulo mais emocionante desta história de superação estava guardado para o último fim de semana. Quatro anos depois de ter alcançado o bronze, em Sochi, quando competiu com uma costela partida, regressou a uma final olímpica. Depois de ter contrariado médicos e especialistas da modalidade, o canadiano conseguiu revalidar o terceiro lugar, ficando apenas a a 0,80 pontos da prata e a 1,96 do primeiro.
"É muito bom ser um medalhado olímpico. É mesmo muito especial ficar no pódio depois de tudo o que aconteceu", disse no final da prova.