Mesmo num mundo ideal, que é como quem diz sem a covid-19 que mudou o planeta há quase um ano e meio, o Europeu de 2020 seria sempre histórico. Pela primeira vez, a UEFA não entregou a organização a um ou dois países, mas sim a 11 cidades-sede para levar a festa ao maior número de adeptos possível.
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Uma opção discutível mesmo numa situação normal - a vantagem de jogar em casa passa a ser partilhada por mais países -, mas que ganha outra dimensão em tempos de pandemia. O organismo que gere o futebol planetário teve de adiar o torneio por um ano e criar um conjunto de regras e orientações para tentar mitigar o impacto da doença. Mas, numa prova tão dispersa pelo continente, as normas variam de país para país.
1 - Torneio adiado um ano
Tal como a generalidade dos grandes eventos previstos para o ano passado, também o Campeonato da Europa foi adiado pela covid-19. Continua a chamar-se Euro 2020 por uma questão de marketing, mas realiza-se em 2021 e, pela primeira vez, não foram quatro anos a separar dois Euros. Depois da conquista em 2016, Portugal teve o estatuto de campeão europeu durante cinco anos.
2 - Nove equipas jogam em casa
São 11 as cidades-sede do Europeu, mas duas delas - Baku e Bucareste - não terão a oportunidade de "ver" as seleções da casa, já que o Azerbaijão e a Roménia não se apuraram. Holanda (Amesterdão), Hungria (Budapeste), Dinamarca (Copenhaga), Escócia (Glasgow), Inglaterra (Londres), Alemanha (Munique), Rússia (São Petersburgo) e Espanha (Sevilha) jogam em "casa".
3 - Convocatória com 26 jogadores
Para prevenir eventuais baixas motivadas por surtos de covid-19, a UEFA permitiu que cada seleção inscrevesse 26 jogadores na fase final do Europeu, sendo que apenas 23 poderão estar em cada ficha de jogo. Tal como foi adotado por quase todos os campeonatos e pelas provas europeias, cada equipa poderá fazer cinco substituições durante um jogo, em apenas três momentos além do intervalo.
4 - Substituições até ao primeiro jogo
O caso do espanhol Sergio Busquets, que testou positivo depois do jogo com Portugal, é um exemplo de como as novas regras podem proteger as seleções. Agora, a UEFA permite que uma equipa mude jogadores da lista de 26 até à véspera do primeiro jogo. Se um ou mais guarda-redes ficarem infetados durante o torneio, podem ser substituídos ao longo do mesmo.
5 - Mínimo de 13 jogadores
Um eventual surto numa das seleções presentes na fase final está previsto pela UEFA. O organismo que tutela o futebol europeu obriga a que a equipa dispute o jogo em causa desde que tenha, no mínimo, 13 jogadores livres da infeção: terá de haver um guarda-redes disponível, além de 12 atletas de campo para que se dê o pontapé de saída num qualquer jogo do Europeu.
6 - Jogos podem ser adiados 48 horas
Caso uma seleção não tenha o número mínimo de 13 jogadores disponíveis para um jogo, caberá à UEFA decidir o que fazer, sendo que neste momento há duas hipóteses em cima da mesa: o encontro poderá ser adiado por um máximo de 48 horas (o que, provavelmente, só sucederá na fase de grupos), ou ser anulado e, neste caso, será determinada a derrota da equipa com atletas infetados.
7 - Quem sai da lista não volta a entrar
Além dos 26 jogadores convocados para a fase final, muitas federações têm vários atletas em "stand by", que poderão ser chamados à última hora para substituir um ou mais colegas que tenham ficado infetados com covid-19. Depois de o torneio começar, um atleta que saia da lista de 26 convocados não poderá voltar ao Europeu, mesmo que, entretanto, teste negativo.
8 - Lotação varia de país para país
Os adeptos voltam no Euro, mas a percentagem de lotação dos estádios não vai ser igual. Assim, apenas Budapeste (Hungria) terá casa cheia, enquanto São Petersburgo (Rússia) e Baku (Azerbaijão) estarão a 50%. Amesterdão, Bucareste, Copenhaga, Glasgow, Roma e Sevilha terão entre 25% e 45% das bancadas compostas, Londres estará a 25% na fase de grupos e Munique perto de 22%.
9 - Vacina divide seleções
Nem todas as seleções estão vacinadas. Grande parte dos jogadores portugueses tomaram a vacina (apenas o que já tiveram a infeção não o fizeram), tal como os atletas de Espanha, Itália, Bélgica, Turquia, França e Polónia. Alguns jogadores (da Alemanha) não quiserem por recearem efeitos secundários, enquanto Dinamarca, Suécia e Finlândia recusaram passar à frente dos prioritários.
10 - Comitivas testadas
Todos os jogadores, membros do staff das federações, árbitros e elementos da organização local serão testados à covid-19 antes de cada jogo do Campeonato da Europa. Para os adeptos que pretendam ver os jogos ao vivo também há regras apertadas: para acederem aos estádios têm de apresentar uma prova de vacinação ou, em alternativa, um teste negativo realizado nas 48 horas anteriores.