Portugal defronta a vizinha Espanha, no domingo, num embate a contar para a final da Liga das Nações. Um duelo que promete ser quente e onde a disputa pelo meio-campo poderá ser uma das chaves para desbloquear o encontro. De Pedri a Yamal são vários os perigos, mas também poderá haver um recurso a explorar.
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Na Alemanha, as tropas portuguesas irão procurar conquistar o primeiro título da era de Roberto Martínez, contudo, pela frente terão um adversário bem mais duro e temido que a Alemanha. A "Roja", atual campeã da Liga das Nações e do Europeu, apresenta uma estrutura oleada e com vários nomes de destaque mundial a compor o elenco.
No meio-campo estará sem dúvidas a maior valência e a casa das máquinas, por assim dizer. Zubimendi, Merino, Fabián Ruiz e Pedri sabem tratar a bola e gostam de ter o controlo da mesma - com nuances diferentes às de outros tempos, todavia, ainda dentro da filosofia do futebol espanhol. Aliás, o médio do Barcelona tem protagonizado uma época inacreditável. Um fora de série, seja na gestão dos vários momentos de jogo, no drible ou na leitura e precisão do passe. O golo de ontem foi só um cheirinho que vale o preço de um bilhete.
No entanto, Roberto Martínez tem soluções de elite no miolo para contrariar esta fome de bola que os espanhóis têm em todos os jogos. Se por um lado a Espanha tem Pedri, por outro Portugal tem Vitinha ou Bruno Fernandes que realizaram épocas igualmente de grande qualidade. Para além destes dois, existem ainda recursos como Bernardo Silva e João Neves, que, num plano de ala invertido, poderá ser um trunfo nas mãos de Roberto Martínez para controlar o meio-campo. Nesse sentido, os vários confrontos que se perspetivam ao longo do jogo fazem este cartaz ganhar força entre os entusiastas do futebol.
Já no ataque surge em grande nível Oyarzabal a servir os colegas, auxiliado, claro, das "motas" Nico Williams e Lamine Yamal, que tanto estragos fizeram no último Europeu de futebol. O extremo, de 17 anos, tem pormenores técnicos de classe mundial e apesar da tenra idade tem já um estatuto de estrela no balneário. E não é obra do acaso. Parte como um dos fortes candidatos à Bola de Ouro, face à grande época ao serviço dos culés, na qual marcou 18 golos e assistiu para 21.
Na baliza o senhor é apenas um: Unai Simón. Apesar do resultado volumoso frente aos gauleses, acabou por ser importante para o triunfo, tendo em contas as várias defesas que realizou ao longo do encontro. É um guarda-redes da era moderna, a par de Diogo Costa, com conforto para jogar com os pés.
Passando pela defesa, uma das valências seria a vertente ofensiva dos laterais, mas no aspecto defensivo poderá estar um dos segredos para Roberto Martínez. Pedro Porro, antigo jogador do Sporting, tem algumas debilidades a defender e esse poderá ser um ponto a explorar por Pedro Neto (caso seja opção) nas várias arrancadas que protagoniza ao longo do jogo.
Posto isto, se o ataque é avassalador, os números também refletem debilidades defensivas e a responsabilidade não passa unicamente por Porro. Nove golos sofridos nos últimos três jogos é algo a ter em conta. De tudo, o que se tornou mais percetível foi os espaços que permite ao adversário no último terço do campo. Tal como se viu contra a França e os Países Baixos, a Espanha não é intocável e Portugal terá argumentos para poder discutir o duelo ibérico numa final na Alemanha, em Munique, onde estão montados todos os ingredientes para que o verdadeiro vencedor seja o futebol.