F. C. Porto arrasa Reinaldo Teixeira e presidente da Câmara de Arouca: "Manobras e interesses de bastidores"
O F. C. Porto reagiu, esta quarta-feira em comunicado, ao adiamento do jogo com o Arouca, da sétima jornada do campeonato, para o dia 29, situação que vai obrigar os dragões a disputar três jogos em sete dias, sendo que o último é o clássico com o Benfica.
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A SAD portista começa por lembrar que o Arouca está na Liga pela nona época e que a Festa das Colheitas se realiza, anualmente, no concelho e sempre em setembro. "Apesar de estes dois factos serem constantes e recorrentes no tempo, nem a Liga Portugal, o FC Arouca, a CM Arouca ou as autoridades de prevenção e segurança foram capazes de prever atempadamente - antes do sorteio da Liga Portugal realizado no passado dia 4 de julho - a impossibilidade de o FC Arouca realizar jogos na condição de visitado no fim de semana das festas da cidade", pode ler-se.
Os dragões referem a importância da gestão dos tempos de recuperação entre jogos no desempenho das equipas e na gestão física dos atletas, antes de apontarem, concretamente, o dedo à presidente da Câmara Municipal de Arouca e à Liga Portuguesa de Futebol Profissional.
"Na sequência de um despacho assinado por Margarida Belém, presidente da CM Arouca, a Liga Portugal anunciou não estarem reunidas as condições de segurança para a realização do jogo originalmente agendado para o dia 28 de setembro às 20h30, motivo pelo qual o mesmo teria de ser adiado por razões de força maior. A ausência de planeamento na definição do calendário desportivo e a incapacidade de a Liga Portugal encontrar uma solução para este episódio são demonstrativas de uma impreparação inaceitável com prejuízo para os clubes profissionais e para o coeficiente de Portugal no ranking da UEFA, num período decisivo para o futuro do futebol português e em que a tão ambicionada ultrapassagem aos Países Baixos começa a parecer menos provável do que a perda de um lugar para a Bélgica", sublinha o F. C. Porto.
Os dragões não se mostraram de acordo para que o encontro se realizasse na segunda-feira - "dado que tal alteração forçaria o F. C. Porto a disputar três jogos numa semana - curiosamente semana de clássico - e reduziria o tempo de descanso" e sugeriram que a partida fosse adiada para 30 de outubro, data que se encontra dentro dos regulamentos.
" O FC Arouca nunca se mostrou disponível para aceitar a data alternativa proposta e a Liga Portugal decidiu, unilateralmente, reagendar a partida para segunda-feira, dia 29 de setembro, em desrespeito pelo estabelecido na alínea b) do n.º1 do art.º 46º do Regulamento de Competições que define, sem margem para dúvidas, que o agendamento nas 30 horas seguintes à data inicial estabelecida não se aplica nas situações em que "um dos clubes em causa tiver de realizar um jogo oficial das competições da UEFA na semana seguinte, caso em que o jogo se realizará, ou completará, em data, a estabelecer por acordo entre os clubes ou na falta de acordo, a Liga Portugal decidirá a data e hora do jogo". Para garantir a qualquer custo o agendamento do encontro nesta data, a Liga Portugal indicou as 20h00 como hora de início da partida - um horário que não se encontra previsto nos regulamentos", acrescenta o comunicado portista, antes de criticar fortemente o presidente da Liga.
"No passado dia 10 de setembro, o presidente da Liga Portugal, Reinaldo Teixeira, anunciou pomposamente o projeto Meta 2028, que visa apresentar 'um conjunto de medidas que promovam a subida ao sexto lugar do ranking da UEFA'. Seis dias depois, Reinaldo Teixeira e a respetiva Direção Executiva tomaram a decisão política de retirar um dia de descanso ao F. C. Porto antes de um jogo europeu. Apesar de só Reinaldo Teixeira poder esclarecer quais as motivações que o levaram a tomar esta decisão, talvez as preocupações expostas pelo F. C. Porto no período eleitoral da Liga ajudem a entender esta tomada de posição", refere o clube azul e branco.
"Depois de mais um triste episódio que envergonha o futebol português, aguardaremos pelos próximos artigos de opinião dos diretores executivos da Liga para voltarmos a mergulhar no mundo imaginário de uma Liga diferenciada, profissional, internacional e vendável. Todas estas manobras e interesses de bastidores não desviarão o F. C. Porto e a sua equipa de futebol do caminho traçado", finaliza o documento.