Com mais de 500 atletas distribuídos por nove modalidades, entre as quais o andebol, basquetebol, hóquei patins ou voleibol, o Famalicense Atlético Clube recebeu com "muita apreensão" a nova diretiva da Direção-Geral de Saúde de obrigação de testagem a todos praticantes dos escalões de formação, antes da retoma da atividade
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"Ainda estamos a estudar essa regulamentação, mas se a obrigação de testagem for para todos os atletas será impossível o clube suportar sozinho essa despesa. Vai complicar muito o articular da retoma", partilhou, com o JN, Sofia Ruivo, presidente da Famalicense AC.
A dirigente antecipa que "só com o apoio direto do Estado ou através da Câmara Municipal" esse processo de testagem em massa pode ser executado, caso contrário, teme que tenham de ser os atletas e as respetivas famílias a suportar os custos, "havendo o risco de desistências".
"Não excluindo que o clube possa dar um contributo, analisado caso a caso, sabemos que há famílias em situações financeiras precárias. Sendo confrontadas com essa despesa extra dos testes, as desistências podem aumentar e muitos jovens ficarão, infelizmente, sem praticar desporto", vaticina Sofia Ruivo.
Pagar a fatura da covid
A presidente do emblema minhoto, que lembrou também a complexidade logística de testar quase meio milhar de atletas antes da data prevista da retoma, em meados deste mês, alertou que a maioria dos clubes ainda estão a recuperar financeiramente de dois confinamentos, onde a captação de receitas foi escassa.
"Apesar de muitos atletas continuarem a pagar as mensalidades, até porque mantemos as atividades online, só isso não chega. Os apoios das empresas estão um pouco estagnados e víamos esta retoma como uma boa oportunidade de reiterar os pedidos e equilibrarmos as contas", vincou.
Ainda assim, com o "espírito de resiliência", a líder do Famalicense AC garantiu tem tudo a postos em termos logísticos para que os atletas possam regressar à atividade em segurança.