Nas modalidades de médio risco, é recomendado testar 50% dos atletas juvenis e seniores antes de cada jogo. DGS pretendia exames obrigatórios a casa semana, mas a decisão fica nas mãos de clubes e federações.
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A Direção-Geral de Saúde (DGS) publicou as linhas orientadoras para a retoma do desporto de formação, sendo que as modalidades de médio risco, como o futebol, andebol, basquetebol, futsal, voleibol e hóquei em patins, estão obrigadas a fazer testes à covid-19 a todos os elementos dos plantéis antes do regresso aos treinos, sendo ainda "fortemente aconselhadas" a proceder a exames aleatórios a 50% dos atletas e treinadores antes dos jogos. Numa fase em que muitos clubes atravessam crises financeiras, o retorno das provas é aplaudido, mas o custo dos exames poderá deixar muitos emblemas com a corda ainda mais apertada na garganta.
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Depois de mais de um ano de paragem, a formação começa a desconfinar na segunda-feira, com as modalidades individuais (exceto as de contacto) a terem luz verde sem necessidade de testes, sendo que a 19 de abril voltam os desportos coletivos.
Segundo a atualização da orientação 036/2020 da DGS, emitida anteontem à noite, "para a retoma das atividades desportivas é obrigatória a apresentação de um resultado negativo num teste laboratorial para a SARS-CoV-2, realizado (...) até 72 horas antes do inicio das atividades, por parte de todos os praticantes de escalões de formação de modalidades desportivas de médio e alto risco". Os exames podem ser antigénio (TRAg) ou PCR, com a decisão a caber, neste caso, aos clubes e/ou federações.
No caso de um teste TRAg positivo, o atleta em causa terá de ser sujeito, depois, a um exame PCR - com resultados mais fiáveis -, com as recomendações da DGS a terem em conta, também, a taxa de prevalência do número de infetados por região. Os testes pré-retoma são obrigatórios em todos os escalões de formação, enquanto no desporto sénior não equiparado a profissional são apenas "fortemente recomendados", assim como antes de cada jogo.
DGS aceita "meio termo"
Nos concelhos de menor risco epidemiológico (menos de 120 casos por cada 100 mil habitantes), a autoridade de saúde aconselha, ainda, a que sejam efetuados testes aleatórios a 50% dos atletas e dos treinadores antes de cada jogo, sendo que nas zonas de risco máximo essa recomendação passa a abranger todos os jogadores e técnicos.
Segundo o JN apurou, a DGS queria que estes testes antes das partidas fossem obrigatórios, mas foi sensível à frágil situação financeira da maioria dos clubes, que não teriam condições para suportar um encargo de 250 a 500 euros por semana, por cada equipa, em testes à covid-19. v
O primeiro-ministro garantiu que os grandes prémios de Portugal de MotoGP e Fórmula 1, em Portimão, não vão ter adeptos nas bancadas, com a decisão a estender-se aos campeonatos profissionais de futebol e das modalidades. "Não há eventos com público porque são um risco acrescido de juntar pessoas e haver um risco de transmissão da doença. Isso tem de ser obviamente evitado", disse.
Detalhes
Sete euros por teste
Cada teste antigénio custa cerca de sete euros. Contas feitas, cada clube gastará à volta de 280 euros com cada uma das equipas da formação, só para poder voltar aos treinos.
Reunião em agenda
A Federação Portuguesa de Futebol vai reunir-se, na próxima terça-feira, com todas as associações do país para analisar o plano de retoma da DGS e tomar decisões quanto a eventuais novos apoios para suportar o custo dos testes.
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