
Francesco Farioli procura manter o F. C. Porto na senda das vitórias no campeonato
Foto: Lusa
Francesco Farioli, treinador do F. C. Porto, quer ver a equipa "unida" contra todas as dificuldades
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Na antevisão do jogo de domingo em Famalicão, Francesco Farioli foi confrontado com o facto de o F. C. Porto ter vencido as duas últimas partidas do campeonato nos últimos minutos e deixou um recado.
"O jogo tem 90 minutos, marcar no minuto 1 ou no 90, conta o mesmo... Por vezes, as expetativas são muito altas por causa da maneira como começámos a época. Sentir que temos de ganhar sempre 2-0 ou 3-0... Não é assim. No campeonato, na Europa, na Taça, os jogos são muito complicados. Há uns que desbloqueamos cedo, mas noutros temos de lutar e competir até ao fim. Já falei disto algumas vezes, acho que foi construída uma narrativa que não é saudável", afirmou o técnico portista.
"Os nossos rivais e os media querem atirar o F. C. Porto para baixo. Mas o que nós queremos é ver a equipa unida. Vamos enfrentar as dificuldades como uma família, a família portista. E quando estamos com essa mentalidade, podemos defrontar qualquer adversário em qualquer circunstância. É o momento para estarmos unidos, em que precisamos dos nossos adeptos, para continuarmos a lutar tal como fizemos desde o início da época"., acrescentou, negando que a equipa possa perder identidade em função das abordagens diferentes que teve nos últimos jogos.
"Não há esse risco. O que queremos fazer, e o que treinamos, é claro. Queremos ser dominantes, ter bola no terço ofensivo, pressionar alto... Somos os melhores em todas as estatísticas relacionadas com a agressividade defensiva. Mas claro que os jogos podem colocar diferentes cenários. E, para mim, uma equipa grande precisa de ter a capacidade de mudar de face consoante o tipo de jogo", disse.
"Contra o Braga, se tivéssemos sido mais eficazes, poderíamos ter feito dois ou três golos. Não o fizemos. E depois, com a coragem e a maneira de jogar deles, obrigaram-nos a defender mais baixo. Mas mesmo assim, senti que o espírito de equipa esteve lá, algo que tem de estar no ADN do F. C. Porto. Precisamos de uma flexibilidade que nos permita ser camaleónicos. E a isso não chamo falta de identidade, chamo capacidade de nos adaptarmos. Se formos pelos estudos, vemos que as equipas bem-sucedidas são as que se adaptam aos diferentes cenários", sublinhou.
Sobre o Famalicão, Farioli não poupou elogios, mas mostrou-se convencido de que a equipa azul e branca estará preparada, mesmo com pouco tempo de descanso após a partida da Liga Europa em Utrecht.
"O adversário está num momento muito bom e o jogo vai ser muito difícil e exigente. Do nosso lado, e com o calendário apertado e muitos jogos, muitos deles fora de casa, tentámos gerir isso. O desejo de vencer a cada jogo e a forma como o adversário nos aborda exige algo mais. Até agora, temos estado bem. Nos últimos dois jogos apresentámos o mesmo desejo, mas com abordagens diferentes. Estamos no caminho certo. Há coisas a melhorar, mas há outras tantas bem feitas. Mas o processo está longe da perfeição e é preciso tempo e paciência para ficarmos ainda melhores", referiu, alertando para o perigo dos famalicenses nas bolas paradas.
"É uma equipa que tem mais de 50% de golos nesses lances. Têm qualidade em jogo aberto, jogadores com certas caraterísticas que podem criar perigo. Mas, nas bolas paradas, são muito bons. Temos de ter muita atenção. O golo contra o Utrecht é uma boa oportunidade para estarmos alerta, e para ganhar novamente a confiança para defendermos esses momentos da maneira certa", salientou.

