Fernando Santos: "Quatro jogos em dez dias? Não me lembro de ver uma coisa assim"
Em antevisão ao jogo de quinta-feira, com a Espanha, o selecionador nacional deixou críticas ao calendário e elogios à seleção espanhola.
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Terminados os campeonatos, seguem-se agora os compromissos das seleções. Portugal vai disputar a Liga das Nações e, esta quinta-feira, vai medir forças com a Espanha e, até dia 12, recebe a Suíça e a República Checa, além de viajar até à Suíça para a quarta jornada da competição. Um calendário apertado, que Fernando Santos fez questão de criticar.
"Acho claramente exagerado. Nunca aconteceu uma situação destas com quatro jogos em dez dias. Não me lembro de ver isto. Em 12 dias já vi, mas em dez nunca vi. Ainda para mais, depois de uma época altamente desgastante. Os jogadores só chegaram todos na segunda-feira... Tivemos três dias para preparar um jogo, depois temos mais três até ao jogo seguinte, quatro dias depois voltamos a jogar e novamente três dias depois", começou por dizer Fernando Santos garantindo, ainda assim, uma equipa bem preparada.
"Os jogadores estão muito bem, com alegria e vontade como mostram sempre que vêm à seleção. Mas percebemos que há ali dificuldades. Se fazemos um treino com mais de 60 minutos, já começam a abanar um bocadinho. E se está provado que o corpo precisa de 72 horas para recuperar de um jogo, tem de se ter em atenção que em determinadas fases da época, precisa ainda mais. Isto vai levar a que as seleções que tiverem mais jogadores a grande nível, a fazer uma rotação clara. Repetir o mesmo onze, nem pensar", acrescentou.
Quanto à Espanha, Fernando Santos destacou a "boa recuperação de bola" e rejeitou encarar a Liga das Nações como uma preparação para o Mundial2022.
"Dissemos que o objetivo, quando passámos a fase de grupos, na primeira edição, era vencê-la e conseguimos. Quando foi a segunda Liga da Nações, quase caiu o Carmo e a Trindade por não irmos à fase final. O objetivo é sempre vencer. Quanto à Espanha, o atributo mais forte não é a posse de bola, é a capacidade de recuperar a bola. Estas equipas têm muita escola de Barcelona, aquilo que têm presente é a capacidade de recuperar bola. Se não a recuperarem, não a vão ter. Sempre foi uma arma muito forte do Barcelona, até do Manchester City. São dois momentos importantes do jogo, quando tivermos posse de bola e quando tivermos de a recuperar. Mas também temos de nos lembrar que o futebol é o jogo do golo, não é o jogo da posse de bola", vincou.
Portugal defronta, esta quinta-feira, em Sevilha, a Espanha em jogo a contar para a Liga das Nações. O encontro está marcado para as 19.45 horas.