Com apenas dois anos de atividade, emblema famalicense garantiu a subida de divisão e um título. Clube tem 219 atletas em atividade e acalenta o desejo de voltar a celebrar uma promoção já na próxima temporada.
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Quando, em 2015, o Grupo Desportivo Ribeirão cessou a atividade, não sobrevivendo ao acumular de dívidas, algumas pessoas desta vila do concelho de Famalicão não se conformaram com o fim do futebol ao domingo à tarde na localidade, criando então, de raiz, um novo projeto desportivo, que nasceu com o nome de Ribeirão Futebol Clube.
Sem qualquer ligação ao anterior emblema, a novo coletividade ergueu-se do zero, com a liderança do jovem presidente Paulo Figueiredo, de 37 anos, que nessa primeira época, em 2015/16, ainda conseguiu, com alguns sobressaltos, montar uma equipa sénior para disputar a mais baixa divisão da Associação de Futebol de Braga.
Essa primeira experiência competitiva, que terminou com um lisonjeiro 4.º lugar, calejou os responsáveis do Ribeirão FC, que para esta época já tiveram mais tempo para calibrar o projeto e alicerçar as bases, acabando por ser agora recompensados com o sucesso da equipa sénior, que garantiu a subida de divisão e o título de campeã.
"Quando começámos, havia desconfiança, porque não éramos pessoas do futebol e muitos questionaram o projeto. Tivemos de trabalhar muito para provar que este é um clube que veio para ficar", começou por dizer, ao JN, Paulo Figueiredo, mostrando ideias bem claras quanto à gestão do clube: "Para esta época, projetámos um orçamento de 100 mil euros. Pusemos de um lado as receitas noutro as despesas e não foi assim tão difícil cumprir. Fui às empresas dar a cara, apresentar o projeto e pedir apoio, e as pessoas confiaram em nós".
Neste segundo ano de atividade, o clube já pôs em prática o "objetivo principal", criando equipas de formação desde os petizes até aos juniores e, ainda, duas formações de futebol feminino, mesmo que tal tenha significado um investimento extra.
"Temos 219 atletas e como somos um clube novo tivemos de pagar a taxa de 37 euros de transferência por cada um deles... Mas um clube como o Ribeirão tem de apostar, essencialmente, em formar e lançar jogadores para arrecadar, depois, receitas com transferências", vincou Paulo Figueiredo, lembrando que pelo futebol de Ribeirão já passaram jogadores como Pizzi e Ederson, hoje no Benfica, ou o guarda-redes André Moreira, natural da vila, onde fez toda a formação até chegar, agora, ao Atlético de Madrid.
Ora essa aposta na juventude foi uma das premissas pedidas pela Direção ao experiente técnico Mário Jorge, que paulatinamente tem integrado juniores num plantel que, segundo o próprio, "conjugou empatia, vontade, conhecimento e bom futebol com o apoio dos adeptos para atingir o sucesso".
"Os adversários reconheceram a nossa qualidade e, por isso, foi mais do que justa a subida e o título. Estou muito orgulhoso pelo que conseguimos", disse o treinador, que acredita que há "potencial para voltar, na próxima época, a trabalhar por uma nova subida de divisão".
Passe curto
Fundação: 14-08-2015
Local de jogos: Estádio do Passal
Sócios: 500
Equipamento: Camisola, calções e meias brancas
Modalidades: Futebol masculino e feminino
Passe longo
Sendo uma Direção que só agora entrou para o mundo futebol, a visão dos dirigentes em relação ao futuro é muito pragmática. Há vontade que clube chegue a um patamar nacional, mas falar em mais que isso é, neste momento, "uma loucura". Por enquanto, tudo corre como delineado, e usando as instalações do Estádio do Passal, o novo clube de Ribeirão quer, a curto prazo, fazer obras nos balneários, criar um centro de estudo no complexo e um campo de futebol de sete, até porque vários atletas que saíram com o fim de Grupo Desportivo Ribeirão estão interessados em ingressar no novo clube.