Adversários na luta pela Champions mudam paradigma das transferências entre ambos.
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As vendas de Trincão (31 milhões de euros) e de Paulinho (16) a Barcelona e Sporting, respetivamente, comprovaram, no último ano, a existência de um novo paradigma nos negócios mais relevantes do Braga. Ainda assim, o Benfica é, dos três grandes portugueses, o que mais jogadores recebeu (11), nos últimos 20 anos, oriundos do emblema minhoto - o Sporting soma dez e o F. C. Porto cinco.
Desde 2001, 11 futebolistas mudaram-se do Braga para o Benfica e 15 fizeram o percurso inverso, com alguns regressos pelo meio. Se da Luz para o Minho as mudanças representaram, na grande maioria, empréstimos ou saídas a custo zero, já no fluxo contrário o Benfica pagou ao Braga 25,3 milhões de euros.
É certo que grande parte das transferências aconteceram com a chegada de António Salvador à presidência do Braga, em 2003. Mas, antes, em 2001/02, rumavam aos encarnados Tiago, Armando Sá e Ricardo Rocha. O Benfica pagou três milhões de euros e cedeu Andrade e Mawete Júnior. Ricardo Esteves também saiu para o Braga, à margem destas mudanças.
O guarda-redes Quim, em 2004/05, vendido ao Benfica por 1,4 milhões de euros, foi o primeiro negócio de António Salvador com Filipe Vieira, líder das águias. Com o passar dos anos, os valores aumentaram, destacando-se a venda de Lima, em 2012/13 (quatro milhões).
O valor máximo surgiu em 2016/17, com Rafa, disputado por F. C. Porto e Benfica, a ser vendido às águias por 16 milhões, verba então recorde e ainda hoje a segunda maior transferência do Braga, a par de Paulinho, que saiu em janeiro passado para o Sporting. Já o Braga, o máximo que pagou ao Benfica foi um milhão de euros por Djavan, em 2014/15.
Nas últimas épocas, talvez pela aproximação do Braga aos objetivos desportivos do Benfica, os dois presidentes têm tido muito menos negócios entre si. O último a mudar foi André Horta, cedido em 2017/18 aos minhotos e que já não tem vínculo com as águias.
Apesar da disparidade dos orçamentos (135 milhões o do Benfica, contra 22,5 do Braga), ambos têm planos semelhantes: vão jogar a final da Taça e lutam, com o F. C. Porto, pelo acesso direto à Champions, tendo amanhã, na pedreira, um jogo que pode ajudar a clarificar as hipóteses de cada equipa. O segundo lugar vale a entrada direta na Champions e um prémio a rondar os 40 milhões de euros.