Objetivo pode ser concretizado já na próxima época. Projeto implica mudanças nas leis, clubes estão a par do plano.
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A Federação Portugesa de Futebol pretende aplicar um modelo de organização da arbitragem que contemple "uma entidade externa" e que será aplicado "nas competições profissionais". A ideia foi comunicada ontem, embora ainda careça de aprofundamento, estudos e discussões que também vão envolver a Liga de Clubes e a Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF), as outras partes interessadas no processo.
Se tudo correr normalmente e a proposta for para a frente, tudo o que diga respeito à gestão dos árbitros, nomeações incluídas, passará também a estar sob a alçada de uma empresa que se pretende independente e autónoma, de acordo com informações recolhidas pelo JN.
Desde sempre, os árbitros das competições profissionais (Liga e Liga 2) andaram entre a Liga de Clubes e a Federação Portuguesa de Futebol, agora está em cima da mesa a entrada em cena de uma nova entidade que se dedique exclusivamente à arbitragem, passando a ser responsabilizada por, entre outras coisas, as nomeações e classificações dos árbitros, algo que está nas mãos do Conselho de Arbitragem (CA) a título exclusivo. A mudança é significativa a vários níveis, desde logo a nível legislativo. "Face ao atual enquadramento legal, a FPF entende que será necessário estudar a alteração das principais normas que regulam a gestão da função de arbitragem", esclarece o comunicado federativo.
Nos próximos dias - o mais breve possível, já que o objetivo é tratar da mudança a tempo do início de 2023/24 -, será criado um grupo de estudo, coordenado por Fontelas Gomes, atual presidente do Conselho de Arbitragem, para se perceber as implicações da medida e colocar ao corrente dos contornos do projeto todos os envolvidos, clubes incluídos, que já foram informados sobre as intenções da Federação Portuguesa de Futebol.
Criar "um modelo de organização da arbitragem que contemple uma entidade externa" não é inédito nem sequer uma novidade, com a nota federativa a adiantar que o mesmo "já sucede noutros países".