Antigo extremo jogou no Giuseppe Meazza e dá a tática para dar a volta à eliminatória com o Inter. "Ir para cima deles desde o primeiro minuto e ter o coração na ponta da chuteira", diz, ao JN.
Corpo do artigo
Geovanni, antiga estrela das águias de 2002 a 2006, e um dos elementos que discutiu a eliminatória com o Inter de Milão, em 2004, num embate da Taça UEFA, mantém a confiança no potencial da equipa para a remontada no jogo de quarta-feira em Milão. "A reviravolta é possível e fico aqui a torcer e a acreditar", atirou o antigo extremo, hoje focado no agenciamento de jogadores.
Para o ex-jogador, que alinhou em San Siro, num duelo frenético, a receita é clara: "Agora é o tudo ou nada. Ir para cima desde o primeiro minuto e ter o coração na ponta da chuteira. Eu acredito", destacou, ao JN.
Apesar do travão exibicional e ciclo negativo, o agora agente de jogadores que regressou a Belo Horizonte, destaca o caminho da equipa durante a atual época. "É um Benfica diferente, mais compacto e maduro. O treinador tem feito a diferença e os jogadores têm entendido a filosofia do clube e do próprio técnico", sublinhou Geovanni, que enaltece o valor dos encarnados e do adversário "pois quem está nesta fase tem algo de especial". "Estou a torcer pelo Benfica que ainda tem muito a discutir na eliminatória", acentuou.
Embora com um caminho complexo, após o despiste na Luz, Geovanni lembra que o "Benfica tem feito grandes jogos na Champions" e esse momento pode voltar num percurso que, no plano teórico, parecia à partida oferecer uma oportunidade única para chegar à final. "É um momento decisivo. Há muito tempo que o Benfica não passa desta fase (quartos de final). Em 2006, parámos aqui, pois apanhámos o Barcelona e já por diversas vezes aqui permaneceu. Este ano havia tudo para ultrapassar esta barreira, até porque este Inter não é a equipa que venceu a Champions (2010). Vamos ver", destacou o ex-jogador.
No confronto de 2004, depois de um empate (0-0) em Lisboa, a equipa realizou uma exibição fantástica em pleno San Siro. Até esteve a vencer e marcou três golos, número que hoje procura, mas vacilou em momentos chave, deixou-se empatar, perto do intervalo, e sofreu quatro golos numa discussão frenética, ficando fora da UEFA.
"Foi uma eliminatória muito difícil. Os clubes italianos são complicados de enfrentar, especialmente em casa. Sabem defender bem e atacam muito bem, principalmente no contra-ataque. Infelizmente fomos eliminados e tínhamos uma grande equipa", sustentou.
O Benfica do seu tempo, com um conjunto de 2004 com Luisão, Tiago, Zahovic, Petit, Simão Sabrosa, Nuno Gomes entre outros é mais forte do que o atual ou é uma comparação que não se deve estabelecer ?
"É complicado comparar um "time" de há 20 anos com o que acontece hoje. O clube tem outra estrutura, campo de treino (centro de estágio) condições de preparação de uma dimensão muito superiores às da nossa época. No meu tempo havia um grande clube, plantel e algo muito especial que era a amizade e o companheirismo. Nuno Gomes Luisão, Simão Sabrosa, Tiago, Ricardo Rocha, Petit e outros... Era um grupo unido. Sabíamos jogar juntos e conhecíamos a importância da camisola, clube e adeptos. Creio que agora também terão. O Benfica é um grande clube que vai ter sempre grandes jogadores. É difícil comparar, pois tivemos grandes jogos na Liga dos Campeões, Taça UEFA e agora o novo Benfica está a ter essa oportunidade", destaca o atleta que mantém contacto com alguns dos seus ex-companheiros. "Falo mais com Ricardo Rocha, Cristiano também, Tiago mais pelo Instagram, Paulo Almeida, Emerson e o próprio Armando Sá. Contactamos, mas cada um segue a sua vida. Tenho um carinho muito grande por todos. Vivi quatro épocas maravilhosas que deixaram muita saudade", admite Geovanni.
O jogador fez questão ainda de enviar um "grande abraço" aos adeptos. "Estão sempre no coração e desejo sorte para que continuem a apoiar na eliminatória".