Benfica e F. C. Porto, ambos sem percalços, e Sporting, apesar da derrota sofrida logo na estreia em 2022/23, têm superado os encontros disputados em campo neutro com clubes não profissionais na Taça de Portugal de futebol.
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Desde 2015/16, edição na qual os 18 representantes da I Liga ficaram obrigados a entrar como visitantes na terceira eliminatória, sem se poderem defrontar entre si, os "grandes" ganharam 21 das 22 partidas que foram deslocalizadas por razões financeiras, infraestruturais ou logísticas dos recintos dos adversários abaixo do segundo escalão.
A exceção aconteceu em outubro de 2022, quando um golo do capitão João Faria bastou para o Varzim, da Liga 3, derrotar o Sporting (1-0), num jogo transferido para Barcelos, a quase 30 quilómetros da Póvoa de Varzim, face às obras em curso no estádio alvinegro.
Pela terceira vez, os "leões", atuais detentores do troféu, eram afastados da Taça por um clube do terceiro escalão, repetindo as estreias negativas em 1948/49, com uma derrota fora face ao Tirsense (1-2), e 2019/20, na visita ao agora primodivisionário Alverca (0-2).
Já Loures (1-2, em 2018/19), Lusitano Vildemoinhos (1-4, 2018/19), Sacavenense (1-7, 2020/21) e Leça (0-4, 2021/22), todos do Campeonato de Portugal (CP), quarto patamar, bem como Vilafranquense (0-4, em 2015/16) e Olivais e Moscavide (1-3, 2023/24), ambos dos distritais, perderam as receções ao Sporting em campo neutro desde a mudança regulamentar na prova.
Benfica e F.C. Porto nunca vacilaram nesse cenário, sendo que as águias apenas foram derrotadas por oposição abaixo da II Liga em 2002/03, na receção ao Gondomar (0-1), para a quarta eliminatória, enquanto Torreense e Atlético (ambos por 0-1) festejaram na casa dos "dragões," na quinta e quarta rondas em 1998/99 e 2006/07, respetivamente.
Em terreno neutro, o Benfica enfrentou sempre representantes do CP desde 2015/16 e ultrapassou Vianense (2-1, em 2015/16), 1.º Dezembro (2-1) e Real (3-0), ambos em 2016/17, Olhanense (1-0, 2017/18), Sertanense (3-0, 2018/19) ou Lusitânia (4-1, 2023/24), tendo, na época passada, afastado Pevidém (2-0), na terceira fase, e Tirsense (5-0), na primeira mão das meias-finais, antes de perder na partida decisiva frente ao Sporting.
Desfecho igual teve o F.C. Porto com Angrense (2-0, em 2015/16), Gafanha (3-0, 2016/17), Coimbrões (5-0, 2019/20), Sintrense (5-0, em 2021/22, e 3-0, em 2024/25) e Vilar de Perdizes (2-0, 2023/24), todos do CP, e Lusitano de Évora (6-0, 2017/18), dos distritais.
Desde 2015/16, os três clubes mais titulados da Taça de Portugal já visitaram emblemas não profissionais por 34 vezes, com um pleno de 11 êxitos do FC Porto, nove vitórias em 11 possíveis do Sporting e 13 em 14 do Benfica, que, na estreia em 2022/23, precisou do desempate por penáltis (5-3, após 1-1 nos 120 minutos) para afastar o Caldas, da Liga 3.
Antes da condicionante imposta pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF) no sorteio da terceira ronda, o recurso a casas emprestadas em jogos com grandes envolvidos já se tinha tornado ocasional desde a viragem do milénio, mas sem nunca causar surpresas.
O Benfica, recordista de troféus, com 26, comprovou o seu favoritismo aos pés de Infesta (3-0, 2001/02), Tourizense (2-0) e Leixões (2-1), em 2005/06, e Monsanto (6-0, 2009/10).
Se Oliveirense (0-2, em 2009/10) e Santa Eulália (0-1, 2012/13) perderam diante do FC Porto, segundo mais titulado, com 20, o Sporting, terceiro, com menos dois cetros, bateu União da Madeira (3-1) e Pinhalnovense (6-0), ambos em 2006/07, Pescadores da Costa da Caparica (4-1, 2009/10), Sporting de Espinho (5-0) e Vizela (3-2), em 2014/15.
Líderes isolados do campeonato, os "azuis e brancos" estreiam-se no sábado na 86.ª edição da Taça de Portugal frente ao Celoricense, do CP, num encontro desviado para o Estádio Cidade de Barcelos, substituto do Municipal de Celorico de Basto, em contraste com as respetivas visitas do bicampeão nacional Sporting e do Benfica ao Paços de Ferreira e ao Desportivo de Chaves, ambos do segundo escalão e anteriores finalistas.