Leonel Pontes destaca ausência de um matador no plantel, mas apoia continuidade de Amorim
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A eliminação da Taça de Portugal frente ao Varzim, anteontem, é o mais recente desaire de um complicado arranque de época dos leões. Em 14 jogos, venceram sete, perderam seis e empataram um.
Para Leonel Pontes, antigo treinador do Sporting e que esteve integrado na estrutura leonina mais de uma década, parte do problema reside nas "poucas soluções para a frente de ataque". "O Sporting tem um caudal ofensivo muito grande, cria oportunidades, mas tem dificuldade em finalizar", começa por dizer ao JN, admitindo a falta de um goleador. "Habituámo-nos a ter Jardel, Acosta, Liedson. Falta um jogador que faça essa diferença. Que com poucas oportunidades faça golo, até porque o Sporting domina os jogos e joga bem", salientou.
Há também o problema dos golos sofridos. Os leões já encaixaram 19 tentos esta época, algo preocupante. "Quando uma equipa ataca muito e faz golos, resolve problemas defensivos. Quando ataca muito e não marca, o adversário vai ganhando confiança e, à medida que o tempo passa, vai criando situações de finalização", explica o técnico.
Leonel Pontes mantém, ainda assim, total confiança em Ruben Amorim. "A direção deve dar força e motivação ao Ruben, que tem condições para continuar, mas tem de haver algumas alterações internas. Mudar o sistema ou o modelo de jogo ou ir à procura de dois ou três jogadores no mercado", concluiu.
RAZÕES
Defesa de papel
Os 19 golos sofridos em 14 jogos dificultam muito a tarefa de uma equipa que quer vencer todos os jogos. Há 10 equipas na Liga com menos golos sofridos que os leões.
Mau planeamento
A saída de Matheus Nunes, já em agosto, não foi devidamente acautelada. Se o resto do plantel foi fechado cedo, o mês de agosto deitou o planeamento por água abaixo.
Ausência de goleador
Paulinho é o único avançado de raiz do plantel. Amorim propôs-se a utilizar um ataque que aposta na mobilidade, mas sente-se a incapacidade em concretizar as ocasiões.