Presidente do Sindicato dos Jogadores, explica que o incumprimento só será ultrapassado com a autorregulamentação dos clubes
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De que forma os clubes conseguem apresentar a documentação que atesta a liquidação das dívidas, se mais tarde se percebe que continuam a ter salários em atraso? Os jogadores são pressionados a assinar os documentos?
O sistema de controlo salarial evoluiu muito. Temos uma Comissão de Auditoria que exerce um papel essencial na fiscalização. Depois de anos a lutar pelo fim das “declarações de não dívida”, que os jogadores eram forçados a assinar para que os clubes cumprissem os pressupostos financeiros, agora os regulamentos obrigam à demonstração do cumprimento, nomeadamente que o revisor oficial de contas ateste os pagamentos constantes das listagens que são enviadas para a verificação. Aquilo que o regulamento continua a permitir e, para nós é um atentado à integridade das competições profissionais, é a celebração de acordos de diferimento do pagamento dos salários, ou seja, a apresentação de um acordo assinado pelas partes, reconhecido notarialmente, que estabelece que o pagamento dos salários objeto do controlo será feito em data posterior àquela que está fixada no contrato de trabalho. A possibilidade destes acordos coloca novamente o jogador numa posição de sujeição e devia ser eliminada dos regulamentos.