José Mourinho: "No verão não tive nenhum contacto com o Benfica"

José Mourinho, treinador do Benfica, fez o lançamento do duelo contra o Rio Ave, em jogo de atraso da primeira jornada da Liga, e mostrou estar à cautela da qualidade de jogos dos vilacondenses para além daquilo que a tabela traduz.

"Espero um adversário que é melhor do que os pontos que conquistaram até agora. Observamos os jogos anteriores do Rio Ave e em diversos, principalmente nos três primeiros, são muito melhor equipa do que os pontos traduzem. Vê-se que têm treinador, sabem o que querem e têm jogadores de muita boa qualidade. Vale o que vale, mas mais 24 horas para preparar o jogo. Espero um jogo difícil e no qual precisamos do fator casa. É uma ajuda importante. Acho que a equipa está a crescer. Os adeptos que esqueçam que os últimos dois jogos em casa não acabaram bem e que olhem para a equipa com a mesma positividade que eu olho", começou José Mourinho por analisar o adversário.

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O técnico, de 62 anos, disse que conhecia o Benfica pelos jogos realizados no arranque da temporada e elogiou o trabalho feito pela equipa técnica anterior.

"Enquanto adversário fui honesto ao assumir que estava a jogar contra uma equipa com bons jogadores. Obviamente que nos últimos dois jogos há ali uma contradição, mas o Benfica tem bons jogadores e coisas boas que vieram do passado. Não é minha intenção ir à procura de coisas negativas do passado. Não é que fosse fácil de encontrar, está aqui um bom trabalho de quem esteve anteriormente. É importante que os jogadores abracem com alegrias as novas ideias. Os jogadores que transitam também têm um processo que nem sempre é muito agradável, têm de se adaptar e aprender coisas novas. É por isso que sempre disse que vamos introduzir coisas devagar", referiu.

Já a dificuldade tem sido mesmo o pouco tempo de trabalho: "Tenho a sensação que estão a abraçar a minha maneira de trabalhar e liderar. Isso para mim é uma coisa importante. Não somos o grupo dos melhores amigos, conhecemos há quatro/cinco dias, mas acho que estamos a construir coisas interessantes do ponto de vista humano. A nível tático temos de ir aos poucos".

Os relatos de possíveis contactos com Mário Branco, diretor-geral das águias, aquando Lage ainda orientava as águias, foram prontamente negados.

"Se quiserem acreditar em mim? Ótimo. Se não quiserem, eu não posso fazer nada para que acreditem em mim. No verão, não tive contacto absolutamente nenhum com o Benfica, o presidente e nenhum agente. O diretor Mário Branco não estava sequer no Benfica. Eu tinha contrato com o Fenerbahçe e queria cumprir até ao final. Na minha cabeça estava longíssimo de pensar que podia voltar a Portugal como treinador de clube. Sempre pensei que mais cedo ou mais tarde a seleção fosse acontecer. Poderia acontecer do Roberto ser campeão do Mundo, querer sair em grande e eu entrar. Mas sem ter nenhum contacto com a Federação também. Pensava que ia regressar a Portugal para a seleção. Tive zero contactos com o Benfica", atirou.

"Não sei precisar se foi há quatro, cinco ou seis anos, mas aí sim tive contactos com o Benfica, mas estava a trabalhar e tinha clube. Depois da entrada do Diretor-Geral, e esse tipo de conexão que tentam fazer, eu para me tornar grande amigo de alguém que conheço no futebol é difiícil. Se num ano construímos alguma coisa de importante é porque do outro lado estava alguém sério. O nosso contacto acabou não houve mais quando passou haver possibilidades do Benfica se cruzar com o Fenerbahçe. Quando o Benfica perdeu três pontos com o Qarabag, eu estava em Barcelona com a minha mulher e no dia seguinte foi o presidente que me ligou a perguntar: 'mister, vale a pena conversarmos?'. E eu disse 'claro', voltei para Portugal ao final do dia e acabou a história. Se quiserem acreditar em mim, agradeço. Se quiserem acreditar em fantasia, não posso fazer nada", acrescentou.

O Benfica recebe o Rio Ave na terça-feira, num encontro marcado para as 20.15 horas.